A Prefeitura do Rio de Janeiro, em parceria com a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), promoveu uma intervenção artística na Mureta do Leme, um dos pontos turísticos mais icônicos da cidade. A ação, que consistiu na aplicação de grafites, foi justificada como uma medida de revitalização do local, que sofria com a presença de pichações. No entanto, a iniciativa não agradou a todos, e moradores da região classificaram a intervenção como “desastrosa”.
De acordo com a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, o objetivo era recuperar a área, que estava tomada por pichações, e transformá-la em um espaço mais agradável visualmente. “A ação foi pensada para valorizar o local e combater a degradação causada pelas pichações”, afirmou um representante da pasta ao jornal O Globo. A Prefeitura destacou ainda que a iniciativa faz parte de um projeto maior de embelezamento e manutenção de áreas públicas.
No entanto, a reação dos moradores foi imediata e crítica. Muitos alegam que o grafite aplicado não condiz com o estilo e a história do local, conhecido por sua vista deslumbrante e por ser um ponto de encontro de turistas e cariocas. “A intervenção foi desastrosa. A Mureta do Leme é um cartão-postal da cidade, e o grafite escolhido não respeita a identidade do lugar”, desabafou um morador, que preferiu não se identificar.
Nas redes sociais, a polêmica ganhou ainda mais força. Enquanto alguns defendem a iniciativa como uma forma de combater a poluição visual causada pelas pichações, outros criticam a falta de consulta pública e a escolha do estilo artístico. “Grafite é arte, mas precisa ser feito com sensibilidade e diálogo com a comunidade. Isso parece mais uma imposição do que uma solução”, comentou um usuário no Twitter.
Especialistas em urbanismo e arte urbana também entraram no debate. Para alguns, a iniciativa da Prefeitura poderia ter sido mais bem planejada, envolvendo artistas locais e a comunidade na escolha do projeto. “A arte urbana tem o poder de transformar espaços, mas precisa ser feita com participação e respeito ao contexto histórico e cultural do local”, afirmou uma especialista em intervenções urbanas.
Enquanto a discussão segue aquecida, a Mureta do Leme continua a ser palco de opiniões divergentes. A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre possíveis revisões ou ajustes no projeto, mas a polêmica já coloca em xeque o equilíbrio entre revitalização e preservação da identidade dos espaços públicos da cidade.
O que você acha? Arte ou desastre? A Mureta do Leme ganhou uma nova cara, mas será que ela reflete o espírito do Rio de Janeiro?