Professores PSS do Paraná pedem socorro após demissões em massa: ‘governo nos jogou no desemprego’


Professores temporários da região de Londrina relatam desamparo e crise financeira após mudanças na distribuição de aulas

Um grupo de professores contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS) da região Norte do Paraná, a maioria de Londrina, está mobilizado em um apelo urgente por ajuda financeira após ser impactado por mudanças nas políticas de distribuição de aulas do governo estadual. Por meio de mensagens no WhatsApp e em redes sociais, os educadores denunciam que a atual gestão de Ratinho Junior (PSD) os lançou em uma crise sem precedentes, deixando famílias sem condições de arcar com despesas básicas.

Cortes e arbitrariedade no processo de classificação
Segundo relatos dos professores, o Núcleo Regional de Educação de Londrina teria adotado critérios “arbitrários e autoritários” durante a redistribuição de aulas deste ano, resultando na exclusão de dezenas de profissionais da lista de convocados. Muitos perderam suas únicas fontes de renda, sem direito a recursos ou explicações formais. “Tentamos buscar aulas em outras cidades e até empregos fora da educação, mas o retorno é zero”, desabafa um dos docentes, que preferiu não se identificar.

Dados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) revelam que mais de 2 mil professores PSS foram dispensados no estado nos últimos três meses, com pelo menos 300 casos concentrados em Londrina. O modelo de contratação temporária, criticado por entidades, já responde por 40% do quadro docente da rede estadual, segundo o Dieese, ampliando a insegurança trabalhista.

“Contas atrasadas e geladeira vazia”: o drama das famílias
Em um emocionado pedido de socorro divulgado na plataforma Apoia.se, os professores detalham a situação crítica: moradias prestes a serem perdidas, contas de água e luz em atraso, e até a falta de alimentos. “Não estamos pedindo luxo, mas o mínimo para sobreviver”, escrevem. A campanha pretende atingir valores para cobrir dívidas imediatas de 50 famílias.

Silêncio do governo e mobilização nas redes
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR) não se pronunciou sobre os critérios de redistribuição de aulas ou as demissões. Enquanto isso, a hashtag #ProfessoresPSSemRISCO viralizou no Twitter, com relatos de docentes de outras regiões que enfrentam problemas similares. Especialistas em direito trabalhista alertam que a precarização do PSS viola diretrizes do Plano Nacional de Educação.

Como ajudar
Doações podem ser feitas através do link: https://apoia.se/um_professor. “Até R$ 10 faz diferença”, reforçam os organizadores.


Contexto adicional: O governo Ratinho Junior anunciou em julho um corte de R$ 1,2 bilhão na educação para 2025, o que, para o APP-Sindicato, “sinaliza mais demissões e turmas superlotadas”.

Abrir bate-papo
Como podemos ajudá-lo?
Verified by MonsterInsights
What do you like about this page?

0 / 400