China retalia com tarifas de 125% sobre produtos dos EUA:

A China anunciou nesta sexta-feira (11) a elevação das tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos para 125%, medida que entra em vigor neste sábado (12). A decisão é uma resposta direta ao aumento das taxas americanas sobre bens chineses, que atingiram 145% após a última escalada de Donald Trump. O impasse comercial, que já dura semanas, consolidou-se como o mais grave desde a pandemia de Covid-19, com repercussões globais nos mercados e na geopolítica.


Contexto da Escalada: De 84% a 125% em Menos de 48 Horas

A retaliação chinesa ocorre após uma série de movimentos rápidos entre os dois países:

  1. 9 de abril: A China impôs tarifas de 84% sobre produtos dos EUA, respondendo a uma sobretaxa americana de 104%.
  2. 10 de abril: Trump elevou as taxas sobre a China para 125%, alegando “falta de respeito aos mercados globais”.
  3. 11 de abril: Pequim reagiu com o novo patamar de 125%, argumentando que os EUA “violaram normas comerciais internacionais” ao acumular tarifas de 145% (20% anteriores + 125% recentes).

Em comunicado, o Ministério das Finanças chinês criticou a postura americana: “A imposição de tarifas anormalmente elevadas constitui intimidação unilateral e ameaça o sistema multilateral de comércio”.


Impacto Global e Reações

A guerra tarifária já provoca turbulências econômicas:

  • Mercados financeiros: Após quedas históricas na semana passada, as bolsas dos EUA tiveram recuperação parcial após Trump suspender por 90 dias tarifas extras para outros países (10%), focando a pressão na China.
  • Brasil: O dólar comercial chegou a R$ 6,10 na quarta-feira (9), mas recuou para R$ 5,84 após a trégua temporária de Trump.
  • União Europeia: Aprovou tarifas de 25% sobre produtos americanos, ampliando o cenário de fragmentação comercial.

Posicionamento Chinês: “Não Tememos uma Guerra Comercial”

Pequim reiterou que não recuará:

  • Queixa à OMC: A China formalizou denúncia contra os EUA na Organização Mundial do Comércio, acusando Washington de “unilateralismo coercivo”.
  • Diversificação de mercados: A imprensa estatal destacou que o país reduziu dependência dos EUA nos últimos anos, fortalecendo parcerias com Ásia, África e América Latina.
  • Disposição para negociar: Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que a China está aberta ao diálogo, mas exige “igualdade e respeito mútuo”.

Próximos Passos: O Jogo de Xadrez Tarifário

Enquanto Trump insiste que as tarifas são uma “estratégia para trazer a China à mesa de negociações”, analistas alertam para riscos:

  • Inflação nos EUA: O aumento de custos para importações chinesas pode pressionar preços internos e desacelerar a economia americana.
  • Cadeias globais: Setores como tecnologia, veículos elétricos e semicondutores enfrentam interrupções, com empresas realocando produção.

Perspectivas: Com as novas tarifas em vigor a partir de sábado, a bola está agora no campo dos EUA. Especialistas acreditam que a China dificilmente retaliará além dos 125%, dada a falta de competitividade dos produtos americanos no mercado chinês. No entanto, a guerra de nervos entre as potências promete moldar o cenário econômico global pelos próximos meses.

Fontes: G1, Euronews, CNN Brasil, Público, Jovem Pan e Achei USA [citadas conforme indicado].

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