Justiça de SP impõe 70% de professores nas escolas em greve; Prefeitura teme “guerra midiática” e categoria promete resistir


Decisão judicial acirra conflito entre professores e Prefeitura de São Paulo
A menos de 24 horas do início da greve dos professores da rede municipal de São Paulo, marcada para esta quarta-feira (16/04/2025), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou, em liminar, que todas as escolas mantenham 70% dos profissionais em atividade, sob pena de multa diária de R$ 10 mil para cada um dos cinco sindicatos organizadores . A medida, pedida pela Prefeitura, foi classificada por líderes sindicais como uma “declaração de guerra” e um indicativo de que “a greve já está incomodando”.


O que está em jogo?

  1. Reajuste salarial em disputa:
    A Prefeitura ofereceu um reajuste de 2,6%, rejeitado pela categoria, que exige reposição das perdas acumuladas desde 2014 e um aumento linear de 14,98% em 2025, além de melhorias na carreira docente . Professores argumentam que salários estão “arrochados há anos”, com perdas de até 36,7% ante a inflação, conforme greves anteriores .
  2. Serviço essencial x direito à greve:
    A decisão judicial citou o artigo 10 da Lei 7.783/1989, que proíbe a interrupção total de serviços públicos essenciais. A Prefeitura alegou que a paralisação afetaria a “alimentação, higiene e rotina de 1,1 milhão de alunos” . Sindicalistas rebatem: “A Justiça prioriza o interesse da elite, não dos trabalhadores”.
  3. Cenário de mobilização:
    A categoria promete transformar a frente da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) em um palco de protestos massivos nesta quarta-feira. “Não é momento de recuar. Precisamos mostrar à população que a educação pública está em colapso”, declarou uma porta-voz do Sinteps, sindicato que organiza a greve .

Guerra midiática ou crise real?

A Prefeitura acusa os sindicatos de promoverem “inúmeras paralisações sem esgotar a negociação”, enquanto professores denunciam a precarização histórica: salas superlotadas, falta de laboratórios e jornadas abusivas. Dados apontam que 70% dos alunos da rede municipal são analfabetos funcionais , cenário que a greve busca denunciar.

Para pais e alunos, o impasse gera angústia: greves anteriores resultaram em aulas suspensas, avaliações adiadas e sobrecarga financeira para famílias que dependem da merenda escolar .


Próximos capítulos

  • Audiência de conciliação: Marcada para 23/04, pode ser a última chance de acordo antes de a greve se prolongar.
  • Estratégia sindical: Além do protesto na CMSP, sindicatos planejam pressionar a Assembleia Legislativa (Alesp) para incluir emendas favoráveis na revisão da carreira docente .

“Se a Prefeitura quer guerra midiática, nós levamos a verdade às ruas”, desafia um professor em rede social. Com a adesão de funcionários administrativos e técnicos, a greve pode se tornar o maior movimento pela educação pública em São Paulo desde 2014.


Fontes: CNN Brasil | Sinteps | Sindmetal SJ


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