Por [Seu Nome], Especialista em Futebol
Atualizado em 17 de abril de 2025 — 10h00
Santos, SP — O Santos oficializou na última segunda-feira (14) a demissão do técnico português Pedro Caixinha, após um início desastroso no Campeonato Brasileiro de 2025. Com apenas um ponto conquistado em três rodadas — o pior desempenho do clube desde o ano do rebaixamento à Série B —, a diretoria não resistiu à pressão interna e externa e decidiu encerrar o ciclo do comandante, que durou apenas quatro meses .
O estopim da demissão
A derrota por 1 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, no domingo (13), foi o golpe final. Caixinha já chegava ao jogo sob risco de demissão após uma estreia com derrota para o Vasco (2-1) e um empate em casa contra o Bahia (2-2). A equipe, que ocupa a 18ª posição no Brasileirão, não vencia desde 2 de março, quando derrotou o Red Bull Bragantino no Paulistão .
O desempenho tático do time também pesou. Criticado por escalações polêmicas e pela falta de protagonismo em campo — como na partida contra o Fluminense, em que o Santos “correu atrás do placar o tempo todo” —, Caixinha não conseguiu alinhar sua filosofia de jogo “acadêmica” com as demandas urgentes por resultados .
O legado contraditório de Caixinha
Apesar do fracasso esportivo, o CEO Pedro Martins destacou que o português deixou contribuições internas. “Ele quebrou vícios e mudou processos no CT Rei Pelé”, afirmou o dirigente, em entrevista coletiva. Martins classificou a demissão como um “fracasso coletivo”, reconhecendo que a culpa não era exclusiva do técnico, mas também da diretoria, jogadores e estrutura do clube .
Em números, Caixinha comandou 17 jogos: seis vitórias, três empates e sete derrotas. No Paulistão, levou o time à semifinal, eliminado pelo Corinthians, mas não conseguiu replicar o mesmo rendimento no nacional .
Pressão da torcida e desgaste político
A relação de Caixinha com a torcida já era frágil desde sua contratação em dezembro de 2024, vista como uma “segunda opção” após a frustração com Gustavo Quinteros. A postura do técnico, que insistia em não utilizar jogadores da base — como JP Chermont e Gabriel Bontempo —, gerou ainda mais descontentamento .
O presidente Marcelo Teixeira, que classificou a derrota para o Vasco como “inadmissível”, aumentou a pressão nos bastidores. Fontes do clube revelaram que parte da diretoria já pedia a saída do português antes mesmo do jogo contra o Fluminense .
E agora, Santos?
O auxiliar César Sampaio assume interinamente e comandará o time nesta quarta-feira (16) contra o Atlético-MG, na Vila Belmiro. Enquanto isso, a diretoria busca um substituto de perfil “reconstrutor”. O argentino Jorge Sampaoli é o favorito, mas as negociações estão em estágio inicial. Nomes como Dorival Júnior, Tite e Luis Castro também são cogitados .
Pedro Martins, porém, deixa claro: “Não vamos entregar a chave do clube a ninguém”. O CEO busca um técnico que aceite trabalhar com limitações financeiras e um projeto de reestruturação a longo prazo .
O recado da diretoria
A demissão de Caixinha reflete uma crise que vai além do campo. O Santos, que vive um momento de transição após o rebaixamento em 2023, precisa conciliar expectativas de uma torcida histórica com a realidade de um clube em reconstrução. Como disse Martins: “Fazer muito com pouco é possível, mas exige humildade” .
Enquanto o Peixe busca um novo rumo, a lição que fica é clara: no futebol brasileiro, resultados imediatos falam mais alto que projetos a longo prazo.
Fontes consultadas: Notícias do ge, Globo Esporte, UOL, Lance! e Agência Brasil.