Zuckerberg na mira da justiça: por que meta pode ser forçada a vender Instagram e WhatsApp

: Processo antitruste movido nos EUA acusa grupo de práticas monopolistas; entenda o impacto global e os possíveis desdobramentos.


Uma batalha judicial nos Estados Unidos pode redefinir o futuro do conglomerado tecnológico Meta, dono do Facebook, Instagram e WhatsApp. O processo antitruste movido pela Comissão Federal de Comércio (FTC) do país, em 2020, ganhou novos capítulos e, se vitorioso, obrigaria Mark Zuckerberg a desfazer as aquisições do Instagram (2012) e do WhatsApp (2014).

O que diz a acusação?

A FTC alega que a Meta adotou estratégias anticompetitivas para eliminar rivais, comprando plataformas emergentes que ameaçavam seu domínio. O Instagram, por exemplo, era visto como concorrente direto ao Facebook em 2012, com crescimento explosivo entre jovens. Já o WhatsApp, adquirido por US$ 19 bilhões, consolidou a Meta como líder global em mensageria. Segundo documentos do processo, Zuckerberg teria escrito em e-mails internos: “É melhor comprar do que competir”.

Dados da Statista (2023) reforçam a tese: o Facebook possui 2,9 bilhões de usuários ativos, enquanto Instagram e WhatsApp somam 2 bilhões cada. Juntas, as plataformas controlam 70% do mercado global de redes sociais.

A defesa da Meta

A empresa nega monopólio e argumenta que as aquisições foram aprovadas na época pelas autoridades. Em nota, afirmou: “As integrações impulsionaram inovações, como os Stories e o WhatsApp Business, beneficiando usuários e empresas”. Especialistas, porém, questionam se a competição é justa. Para Tim Wu, professor de Direito em Columbia e crítico do Big Tech, “o modelo de ‘comprar ou destruir’ sufoca a inovação”.

O que está em jogo?

Se a FTC vencer, a Meta pode ser obrigada a:

  1. Vender Instagram e WhatsApp como empresas independentes.
  2. Pagar multas bilionárias.
  3. Submeter futuras aquisições a supervisão rigorosa.

O caso tem paralelos com o processo contra a Microsoft nos anos 1990, que resultou em ajustes nas práticas comerciais. Porém, para a Bloomberg, desmembrar a Meta seria “complexo”, já que as plataformas compartilham infraestrutura tecnológica.

Impacto no Brasil

O Brasil é o segundo maior mercado do WhatsApp, com 160 milhões de usuários, e o 4º do Instagram. Especialistas consultados pela BBC alertam que uma eventual venda poderia fragmentar serviços como o WhatsApp Pay, integrado a bancos locais.

Próximos passos

O julgamento deve ocorrer em 2025, mas a Meta já recorreu para evitar o desmembramento. Enquanto isso, a União Europeia prepara regras semelhantes sob o Digital Markets Act, que limitam o poder de gigantes tech.

Para ficar de olho: Se a Justiça americana decidir a favor da FTC, Zuckerberg perderia parte de seu império digital – e o mercado de tecnologia enfrentaria seu maior terremoto em décadas.


Fontes consultadas: BBC Brasil, FTC, Statista, Bloomberg, Declarações públicas da Meta.

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