Requião Filho recebe aval judicial para deixar PT e disputar governo do Paraná em 2026.

Decisão do TRE-PR permite desfiliação sem perda de mandato; deputado planeja migrar para o PDT e desafiar Ratinho Jr

Por Júlio Take

O deputado estadual Requião Filho (PT) obteve autorização unânime do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) para se desfiliar do Partido dos Trabalhadores (PT) sem perder o mandato parlamentar. A decisão, divulgada na última segunda-feira (14), abre caminho para que o pré-candidato ao governo do estado em 2026 migre para o PDT e consolide sua estratégia eleitoral .

Rompimento com o PT e justa causa

A desfiliação foi possível após o PT emitir uma carta de anuência, assinada pelos diretórios municipal, estadual e nacional, que concedeu “justa causa” à saída do parlamentar. O TRE-PR considerou legítimo o pedido, baseado em acordos internos e no histórico de críticas da família Requião ao partido .

Requião Filho e seu pai, o ex-governador Roberto Requião, ingressaram no PT em 2021 após deixarem o MDB. A relação, porém, deteriorou-se com o governo Lula (PT), principalmente após o presidente apoiar privatizações de empresas paranaenses e a candidatura de Luciano Ducci (PSB) à Prefeitura de Curitiba em 2024, rival político da família .

Trajetória política e ambições

O deputado, que ocupa o cargo de 3º secretário na Assembleia Legislativa do Paraná, planeja seguir os passos do pai, que já disputou três mandatos como governador. Em entrevista, Requião Filho afirmou: “Acho que agora é uma oportunidade de buscar um novo partido e construir uma opção de projeto para o Paraná” .

Seu objetivo é se filiar ao PDT, convidado por Carlos Lupi, presidente nacional da sigla, que elogiou o político como “patrimônio da política brasileira” . A estratégia inclui posicionar-se como alternativa ao governador Ratinho Jr. (PSD), que busca eleger um sucessor em 2026 .

Contexto familiar e críticas ao PT

A insatisfação da família Requião com o PT remonta a 2023, quando Roberto Requião criticou publicamente a oferta de um cargo secundário na hidrelétrica de Itaipu, após esperar assumir a presidência da empresa. O ex-senador deixou o partido em 2024, filiou-se ao Mobiliza e fracassou na tentativa de se eleger prefeito de Curitiba, obtendo apenas 1,83% dos votos .

O filho, por sua vez, manteve-se no PT até agora para preservar o mandato. Em discurso recente, ele acusou o partido de priorizar “um projeto de poder, não do Paraná”, e destacou seu foco em bandeiras como redução de impostos e geração de empregos .

Próximos passos e cenário eleitoral

Com a decisão judicial, Requião Filho deve oficializar a filiação ao PDT nas próximas semanas. Analistas apontam que o movimento reforça a fragmentação da esquerda no Paraná, enquanto Ratinho Jr. consolida alianças com partidos de centro-direita .

A disputa pelo governo em 2026 promete ser acirrada, com o PDT buscando recuperar espaço após anos de baixa representatividade no estado. Para o deputado, o desafio será ampliar sua base eleitoral além do legado do pai e capitalizar o descontentamento com a gestão atual .

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Fontes: O Globo, CartaCapital, Agência do Poder .


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