Greve na educação de SP: administração de Nunes é acusada de intimidação e capatazagem a professores

Prefeito autoriza intimidação a grevistas e sindicato convoca protesto para terça-feira (22)

A greve dos profissionais da educação em São Paulo ganhou novos capítulos de tensão nesta semana. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) é acusado de autorizar medidas truculentas contra servidores em paralisação, incluindo ameaças de represálias por meio de Diretorias Regionais de Ensino (DREs). O Sindicato dos Profissionais em Educação (Sinpeem) denunciou que as DREs estão intimando grevistas a justificar faltas sem diálogo prévio com a categoria, além de ameaçar enviar supervisores escolares para fiscalizar adesões — prática comparada a métodos de “capatazagem” em fazendas.

Intimidação e paralelo com “capatazes”: o que dizem os documentos
Segundo e-mails encaminhados por DREs e obtidos pelo sindicato, a Diretoria Regional de São Miguel determinou que supervisores escolares fossem enviados a unidades que se recusassem a preencher formulários sobre a greve. A ordem inclui a cobrança de planilhas com nomes de profissionais aderentes ao movimento, classificada pelo Sinpeem como uma tentativa de “criminalizar a paralisação”.

“Estão tratando educadores como peões. Querem anotar faltas como se fôssemos trabalhadores rurais sob vigilância”, criticou o sindicato em nota. A categoria ressalta que a greve é legal e foi aprovada em assembleia, garantindo o direito de paralização sem retaliações.

Contexto da greve: salários e condições de trabalho
A paralisação, que completa duas semanas, reivindica reajuste salarial acima da inflação, melhorias nas condições de trabalho e manutenção de benefícios. A Prefeitura ofereceu 4,5% de aumento, recusado pela categoria, que exige 8,5%. Enquanto Nunes alega “respeito ao contribuinte”, o Sinpeem acusa o governo de ignorar o desgaste dos profissionais após a pandemia.

Resposta da Prefeitura
Até o momento, a gestão municipal não se pronunciou sobre as acusações de intimidação. Procurada , a Secretaria Municipal de Educação limitou-se a afirmar que “respeita o direito de greve, mas cumpre a lei para garantir o funcionamento das escolas”.

Protesto marca próxima etapa do movimento
Diante do impasse, o Sinpeem convocou uma manifestação para terça-feira (22/04), às 11h, em frente à Prefeitura. A assembleia decidirá os rumos da greve, que segue sem previsão de término. “Nossa resposta ao prefeito é clara: a greve continua”, reforçou o sindicato.

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