Hábito de cutucar o nariz pode ser mais arriscado do que você imagina

Apesar de não haver um consenso formal sobre um “Dia Mundial de Cutucar o Nariz”, a prática, considerada por muitos como um hábito inofensivo e até mesmo necessária para a higiene pessoal, esconde riscos significativos para a saúde. A ação, comum em diversas faixas etárias, pode levar a problemas que vão desde simples lesões nas narinas até complicações mais sérias, como infecções e, segundo estudos recentes, até um potencial aumento no risco de desenvolvimento de Alzheimer.
Apesar da falta de uma data oficial dedicada ao tema, a frequência com que essa ação é realizada levanta um alerta entre especialistas. A prática de introduzir o dedo no nariz, aparentemente banal, pode causar microlesões na mucosa nasal, porta de entrada para diversas bactérias e vírus presentes nas unhas e no ambiente.
Pesquisas recentes, como a conduzida pela Universidade Griffith, na Austrália, sugerem uma ligação preocupante entre o hábito de cutucar o nariz e o aumento do risco de Alzheimer. O estudo indica que bactérias podem usar a cavidade nasal como uma rota direta para o cérebro, depositando proteínas prejudiciais que estão associadas ao desenvolvimento da doença neurodegenerativa.
Além disso, a mucosa nasal desempenha um papel crucial na filtragem do ar que respiramos, retendo partículas e microrganismos. Ao cutucar o nariz, essa barreira natural pode ser comprometida, facilitando a entrada de agentes infecciosos no organismo. Um estudo holandês, por exemplo, revelou que profissionais de saúde que tinham o hábito de cutucar o nariz apresentavam maior risco de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.
Outro perigo associado à prática é a disseminação da bactéria Staphylococcus aureus. Essa bactéria, frequentemente encontrada no nariz, pode ser facilmente transferida para outras partes do corpo através dos dedos, especialmente para feridas, onde pode causar infecções mais graves. A própria ação de cutucar pode criar pequenas feridas dentro das narinas, tornando o ambiente propício para a proliferação bacteriana, podendo levar a quadros de vestibulite nasal, uma infecção que causa crostas, incômodo e sangramento.
Em casos mais extremos, a necessidade compulsiva de cutucar o nariz a ponto de causar lesões é classificada como rinotilexomania, um distúrbio comportamental que requer atenção médica.
Diante desses riscos, especialistas recomendam cautela e reforçam a importância de manter a higiene nasal de forma adequada, utilizando lenços descartáveis para assoar o nariz e, em caso de necessidade de remover secreções mais ressecadas, procurar orientação médica para métodos seguros e eficazes. Abandonar o hábito de cutucar o nariz não é apenas uma questão de etiqueta social, mas sim uma atitude importante para a preservação da saúde a longo prazo.

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