“Vagabundo é quem tira direito de trabalhador”: servidores municipais de SP prometem paralisação histórica contra PL de Ricardo Nunes

A tensão entre os servidores públicos municipais de São Paulo e a gestão do prefeito Ricardo Nunes atinge um novo patamar com a convocação de uma paralisação geral para o dia 23 de maio. A mobilização é uma resposta direta ao Projeto de Lei (PL) 416/2025, de autoria do Executivo, que trata da revisão geral anual e da valorização dos servidores, mas que tem sido duramente criticado pelas categorias.
A mensagem inflamada, que circula nas redes sociais e em grupos de trabalhadores, é clara: “Vagabundo é quem tira direito de trabalhador! Nesta terça vamos dar nosso recado pro Ricardo Nunes e sua corja: se por o PL416 pra votar, a 23 de Maio vai parar!”. A publicação, acompanhada de um link de compartilhamento no Facebook, sinaliza a crescente insatisfação com a proposta da prefeitura.
De acordo com informações apuradas em diversas fontes online, o PL 416/2025 tem gerado controvérsia por diversos pontos. Uma nota técnica do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), datada de 25 de abril de 2025, aponta que o projeto de lei não inclui o índice de inflação do mês de abril, ainda não finalizado, e divide o reajuste anual de 5,2% em duas parcelas (2,60% em maio de 2025 e 2,55% em maio de 2026). Essa divisão tem sido vista como uma manobra que, na prática, não repõe as perdas inflacionárias acumuladas.
Não são apenas os servidores administrativos que se mostram descontentes. Professores da rede municipal de São Paulo já deflagraram greve em abril, também em protesto contra os retrocessos propostos por Ricardo Nunes. A categoria reivindica um aumento real de 44% a título de incorporação de abonos complementares, além da valorização dos salários e carreiras e melhores condições de trabalho.
A mobilização do dia 23 de maio surge como um ponto crucial nessa disputa. Há relatos de que servidores votaram pela continuidade da greve em assembleias recentes, e uma nova manifestação está agendada para a próxima quarta-feira (23 de abril), em frente à Câmara Municipal de São Paulo, com o objetivo de pressionar os vereadores a rejeitarem o PL 416/2025.
A aprovação do PL 416 pela Câmara Municipal, inclusive com pareceres favoráveis já emitidos, tem intensificado o sentimento de urgência entre os trabalhadores. A categoria exige um reajuste salarial linear de 12,90%, argumentando que os índices propostos pela prefeitura não cobrem a inflação dos últimos anos, resultando em uma perda de poder aquisitivo significativa.
O clima de tensão na capital paulista é palpável, e a promessa de uma paralisação no dia 23 de maio indica que a luta pelos direitos dos servidores municipais está longe de acabar. A data se aproxima, e a expectativa é de que a mobilização seja massiva, buscando ecoar a insatisfação dos trabalhadores e forçar uma revisão das propostas apresentadas pela gestão Ricardo Nunes.

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