Escândalo no INSS: associações em Sergipe usaram assinaturas falsas para desviar benefícios, aponta perícia


Investigação revela modus operandi de esquema que pode ter causado prejuízos bilionários ao Instituto Nacional do Seguro Social.
Uma reviravolta nas investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Sergipe revela um esquema ainda mais elaborado do que se imaginava. Segundo informações divulgadas, uma perícia constatou que duas associações sob investigação foram criadas utilizando documentos com assinaturas falsas. A fraude, que já levanta suspeitas de prejuízos significativos aos cofres públicos, expõe a vulnerabilidade do sistema previdenciário a ações criminosas.
A notícia chega em meio a um cenário nacional de crescente preocupação com fraudes no INSS. Recentemente, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Sem Desconto”, que investiga um esquema bilionário de desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação levou ao afastamento do presidente do INSS e de outros servidores, apontados como beneficiários da fraude que consistia em descontos indevidos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.
No caso específico de Sergipe, as investigações apontam para a criação de associações com o objetivo de desviar benefícios previdenciários. A constatação de assinaturas falsas nos documentos de criação dessas entidades é um indício forte de planejamento e execução meticulosa da fraude. Em setembro de 2024, a Polícia Federal já havia deflagrado operações no estado para investigar crimes contra o INSS, cumprindo mandados de busca e apreensão a partir de denúncias do Núcleo de Inteligência Previdenciária de Sergipe (NUINP/SE).
Outras investigações recentes em Sergipe também revelam a amplitude do problema. Em abril de 2025, um servidor do INSS foi investigado por liberar empréstimos indevidos, causando um prejuízo milionário. Segundo a Polícia Federal, o servidor atuava na prática ilícita desde setembro de 2023.
O novo achado da perícia, revelando a falsificação de documentos para a criação das associações, eleva o nível de complexidade da fraude em Sergipe. Acredita-se que, através dessas associações fraudulentas, os criminosos conseguiam acesso a dados de beneficiários e realizavam descontos indevidos ou até mesmo o desvio total dos valores pagos pelo INSS.
As autoridades competentes seguem com as investigações para identificar todos os envolvidos no esquema, desde os idealizadores até aqueles que se beneficiaram da fraude. A expectativa é que a perícia em outros documentos e a análise de dados bancários possam fornecer mais detalhes sobre o montante desviado e o número de vítimas afetadas.
Casos como este reforçam a necessidade de um controle mais rigoroso sobre a criação e atuação de associações ligadas a beneficiários do INSS, bem como a urgente implementação de mecanismos de segurança mais eficazes para proteger os recursos da previdência social e evitar que fraudes causem prejuízos à população e aos cofres públicos. A punição dos responsáveis é crucial para garantir a integridade do sistema e a confiança dos cidadãos no INSS.

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