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Em um movimento que gerou forte controvérsia, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, radicado nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano em um autoexílio, propôs à administração de Donald Trump uma medida drástica para lidar com imigrantes brasileiros detidos nos EUA sob suspeita de ligação com facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho. A sugestão do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é que esses brasileiros sejam transferidos para cumprir pena no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a megaprisão de El Salvador amplamente criticada por graves violações de direitos humanos.
A informação, que veio à tona recentemente, revela uma articulação de Eduardo Bolsonaro nos bastidores da política norte-americana. Segundo relatos, a ideia seria designar as facções criminosas brasileiras como organizações terroristas, um passo que facilitaria a extradição dos imigrantes para a controversa penitenciária salvadorenha.
O CECOT, inaugurado em 2022 e considerada a maior prisão das Américas, com capacidade para até 40 mil detentos, tem sido alvo de denúncias por organizações de direitos humanos devido às condições desumanas a que os presos são submetidos. Relatos indicam celas superlotadas, falta de higiene, alimentação inadequada e ausência de colchões, com os detentos dormindo em placas metálicas. O teto das celas é feito de grades de arame, e o ambiente é descrito como severo e isolado.
Eduardo Bolsonaro teria inclusive manifestado aprovação em relação ao modelo prisional de El Salvador, liderado pelo presidente Nayib Bukele, que implementou uma política de “guerra contra as gangues”. Em declarações, o deputado teria afirmado que o CECOT representa como Bukele transformou o país, que antes era considerado um dos mais violentos do mundo, em um dos mais seguros.
A proposta de Eduardo Bolsonaro, embora ainda esteja no plano da “cogitação”, segundo suas próprias palavras, já teria dado os primeiros passos. Ele também teria mencionado que, mesmo que o governo brasileiro não apoie a iniciativa, os Estados Unidos poderiam agir de forma independente, a exemplo do que fizeram com o “Tren de Aragua”, facção criminosa de origem venezuelana.
A sugestão levanta sérias questões sobre o tratamento de cidadãos brasileiros no exterior e o respeito aos direitos humanos. A transferência para uma prisão conhecida por suas condições precárias e denúncias de tortura certamente geraria um debate acalorado tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Até o momento, não houve uma manifestação oficial da administração Trump sobre a proposta de Eduardo Bolsonaro.
Masmorras de terror para brasileiros? Eduardo Bolsonaro quer imigrantes em prisão salvadorenha denunciada por tortura
