Lisboa, Portugal – Uma onda conservadora varreu Portugal nas eleições deste domingo (18 de maio de 2025), confirmando a vitória da coligação de centro-direita, Aliança Democrática (AD). Os resultados marcam uma mudança significativa no cenário político português, ao mesmo tempo em que revelam um crescimento notável do partido de extrema direita Chega.
As projeções iniciais já indicavam a vantagem da AD, liderada por Luís Montenegro, e a confirmação veio com a apuração dos votos. A Aliança Democrática não só conquistou a maioria dos assentos no parlamento, como também ampliou sua representação em relação à última legislatura, saltando de 49 para 58 deputados, conforme dados divulgados. Em seu discurso de vitória, Montenegro enfatizou o respeito à vontade popular, demonstrando confiança na formação de um governo estável.
Contudo, o pleito também foi marcado por um feito histórico do partido Chega, liderado por André Ventura. A legenda de extrema direita empatou em número de assentos com o Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, ambos conquistando 58 cadeiras. Este resultado representa um avanço considerável para o Chega, que se consolida como uma força política relevante em Portugal.
A expressiva votação na extrema direita reflete uma tendência observada em outros países da Europa, onde partidos com pautas conservadoras e nacionalistas têm ganhado espaço em meio a crises econômicas e sociais. Analistas apontam que o descontentamento com o sistema político tradicional e a busca por alternativas podem ter impulsionado o crescimento do Chega.
Apesar da vitória da centro-direita, a formação de um governo pode envolver negociações complexas. Luís Montenegro já descartou uma aliança com o Chega, o que exigirá habilidade política para garantir a governabilidade nos próximos anos. O Partido Socialista, liderado por Pedro Nuno Santos, apesar de não ter alcançado a vitória, permanece como uma importante força de oposição.
Outros partidos também tiveram representação no parlamento, como o PAN (Pessoas, Animais e Natureza), de centro-esquerda, que manteve sua única representante, e a IL (Iniciativa Liberal), de direita, que viu um leve crescimento, passando de 8 para 9 cadeiras.
O cenário político português pós-eleições indica um período de debates intensos e possíveis realinhamentos, com a centro-direita buscando consolidar sua liderança e a extrema direita demonstrando sua força crescente no país. Os próximos meses serão cruciais para definir os rumos da política em Portugal e o impacto dessas mudanças no contexto europeu.
Reviravolta em Portugal: centro-direita conquista a maioria em eleições marcadas por ascensão da extrema direita
