Um vídeo chocante que circula nas redes sociais e revoltou internautas de todo o Brasil mostra o momento em que um menino de apenas 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é brutalmente arrastado pelos pés dentro de uma clínica terapêutica no Distrito Federal. A Polícia Militar (PMDF) agiu rapidamente e prendeu em flagrante duas funcionárias da clínica Unica Kids, uma psicóloga de 26 anos e uma fisioterapeuta de 36, acusadas de maus-tratos.
As imagens, que provocam indignação e tristeza, mostram uma das mulheres agarrando o menino pelas pernas e o arrastando por metros no chão. Segundo relatos da mãe, Heloísa Cervo, o incidente ocorreu durante uma sessão de terapia. Ela afirma que o filho teria se afastado e, ao invés de utilizarem métodos adequados para lidar com a situação, as funcionárias o trataram de forma desumana.
“Hoje o Pedro estava na terapia, que é um lugar para ele ser cuidado. Mais uma vez deixaram ele fugir e ele foi tratado igual bicho. O que fizeram é um absurdo”, desabafou a mãe, visivelmente abalada, ao registrar a ocorrência policial. Heloísa também expressou sua decepção, revelando que uma das funcionárias flagradas no vídeo seria supervisora de um setor da clínica. “Isso é maus-tratos contra uma criança e, pior, contra uma pessoa com deficiência”, enfatizou.
Após a divulgação do caso, a clínica Unica Kids emitiu uma nota oficial informando que o ocorrido se trata de um “caso isolado” e que “medidas administrativas foram imediatamente adotadas”. A direção da clínica também ressaltou que as funcionárias têm direito à “ampla defesa e ao contraditório”. No entanto, a postura da clínica em um primeiro momento também gerou críticas por parte da mãe do menino. “Chegando na clínica, o povo na maior cara lavada: ‘queremos conversar sobre o que aconteceu’. Eu disse que eu não ia conversar com ninguém e só ia parar na polícia. A diretora da clínica estava mais preocupada em saber quem tinha passado as imagens pra gente do que tratar do que tinha acontecido”, relatou Heloísa.
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF) também se manifestou sobre o caso, informando que instaurou um processo de apuração para investigar a conduta da profissional envolvida. Em nota, o CRP-DF declarou que “repudia veementemente qualquer forma de violência, negligência e discriminação, especialmente contra crianças e pessoas com deficiência”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se pronunciou, classificando as imagens como “absurdas”.
Após serem presas em flagrante, as duas funcionárias pagaram fiança de R$3 mil cada e foram liberadas. A Polícia Civil continua investigando o caso para apurar todas as circunstâncias do ocorrido e determinar as responsabilidades. A família de Pedro busca agora justiça e espera que o caso sirva de alerta para a necessidade de um tratamento humanizado e respeitoso, especialmente com crianças e pessoas com TEA.
VIOLÊNCIA INADMISSÍVEL: Criança Autista é Arrastada em Clínica e Funcionárias Acabam Presas
