A partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil assumiu a presidência rotativa do BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o governo brasileiro delineou cinco prioridades que prometem influenciar significativamente a dinâmica internacional.
As prioridades estabelecidas pelo Brasil são:
- Facilitação do comércio e investimentos: Desenvolvimento de meios de pagamento que reduzam a dependência do dólar, facilitando transações diretas entre os países membros.
- Governança inclusiva da Inteligência Artificial (IA): Promoção de diretrizes que assegurem o uso ético e responsável da IA, visando o desenvolvimento sustentável.
- Financiamento climático: Aprimoramento das estruturas financeiras para enfrentar as mudanças climáticas, incluindo a criação de um mercado de crédito de carbono entre os membros.
- Cooperação em saúde pública: Estímulo a projetos conjuntos que fortaleçam os sistemas de saúde, com foco em pandemias e emergências sanitárias.
- Fortalecimento institucional do BRICS: Reformas que aumentem a coesão e a eficácia do bloco na governança global.
A proposta de criar meios de pagamento alternativos ao dólar já gerou reações internacionais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito em 2024, ameaçou impor tarifas de “100%” caso o BRICS avance na substituição da moeda americana em transações comerciais.
Além disso, a agenda ambiental do Brasil, que inclui sediar a COP30 em Belém, reforça o compromisso com a sustentabilidade, mas também coloca o país sob os holofotes em relação às suas políticas internas de preservação ambiental.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância de uma governança global mais inclusiva, destacando que o BRICS não busca confrontar o G7 ou os EUA, mas sim promover um equilíbrio multipolar nas relações internacionais.
Analistas apontam que a presidência brasileira do BRICS em 2025 será um teste crucial para a diplomacia do país, que precisará equilibrar interesses divergentes entre os membros do bloco e as pressões externas de potências estabelecidas.
O Rio de Janeiro foi escolhido como sede do encontro dos chefes de Estado do BRICS em 2025, conforme anunciado pelo prefeito Eduardo Paes.
A presidência brasileira do BRICS em 2025 representa uma oportunidade para o país liderar discussões cruciais no cenário internacional, mas também exige habilidade diplomática para navegar em um contexto geopolítico cada vez mais complexo e polarizado.