O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de 78 anos, enfrentará a sentença no caso de suborno à ex-atriz de filmes adultos Stormy Daniels em 10 de janeiro de 2025, apenas dez dias antes de sua posse. O juiz de Manhattan, Juan M. Merchan, confirmou a condenação de Trump por 34 crimes de falsificação de registros comerciais relacionados ao pagamento de US$ 130 mil para silenciar Daniels sobre um suposto caso extraconjugal.
Apesar da gravidade das acusações, Merchan indicou que Trump não enfrentará prisão, multas ou liberdade condicional, optando por uma “dispensa incondicional”. Essa decisão gerou controvérsia, com críticos argumentando que um cidadão comum não receberia tratamento semelhante. Trump e sua equipe classificaram o processo como uma “caça às bruxas” e um “ataque político ilegítimo”, especialmente considerando a proximidade da sentença com a cerimônia de posse.
O caso teve início em 2018, quando veio à tona que Michael Cohen, então advogado de Trump, realizou o pagamento a Daniels para garantir seu silêncio durante a campanha presidencial de 2016. Trump negou o caso e inicialmente qualquer conhecimento sobre o pagamento, embora posteriormente tenha admitido o reembolso a Cohen. Em maio de 2024, Trump foi considerado culpado em todas as 34 acusações de falsificação de registros comerciais.
A decisão de Merchan de não impor penas mais severas levanta questões sobre a imparcialidade do sistema judicial americano, especialmente quando figuras políticas de alto escalão estão envolvidas. Enquanto isso, Trump enfrenta outros processos legais, incluindo investigações sobre a manipulação de resultados eleitorais e o manuseio inadequado de documentos confidenciais. No entanto, algumas dessas acusações podem ser retiradas após sua posse, devido à imunidade presidencial.
A sentença iminente adiciona uma camada de complexidade ao cenário político dos EUA, com debates acalorados sobre a ética, a justiça e o impacto de tais processos na integridade das instituições democráticas do país.