A ascensão da China como potência financeira global tem transformado o cenário econômico internacional. Ao longo das últimas décadas, Pequim tem utilizado seu poder monetário para fornecer apoio econômico a diversas nações, especialmente por meio de empréstimos e investimentos em infraestrutura.
De acordo com uma análise da CNN Brasil, os países em desenvolvimento devem pelo menos US$ 1,1 trilhão a credores chineses. Essa cifra representa uma parcela significativa da dívida externa desses países, refletindo a crescente influência da China no financiamento de projetos ao redor do mundo.
Na América Latina, a Venezuela destaca-se como a nação mais endividada com a China, com empréstimos que ultrapassam US$ 67 bilhões. Esses recursos foram destinados principalmente a empresas mistas formadas por companhias chinesas e a estatal petrolífera venezuelana PDVSA, visando a exploração de petróleo.
Em África, Angola lidera como o maior devedor à China, recebendo mais de US$ 42 bilhões em empréstimos nos últimos 20 anos, conforme dados da Chatham House.
No entanto, a crescente dívida com a China tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade financeira desses países. Especialistas alertam para o risco de uma “armadilha da dívida”, onde nações endividadas podem enfrentar dificuldades para honrar seus compromissos financeiros, o que poderia comprometer sua soberania econômica e política.
Além disso, a estrutura dos empréstimos chineses, muitas vezes atrelada a taxas de juros variáveis e prazos de pagamento desafiadores, tem sido alvo de críticas. A BBC destaca que, em alguns casos, a dívida com a China representa mais de 20% do PIB de países como Djibouti, Laos, Zâmbia e Quirguistão, colocando-os em uma posição financeira vulnerável.
À medida que a China expande sua influência financeira global, é essencial que os países devedores avaliem cuidadosamente os termos de seus empréstimos e busquem estratégias para equilibrar o desenvolvimento econômico com a responsabilidade fiscal, a fim de evitar consequências financeiras adversas no futuro.