A nomeação do cardeal americano Robert Francis Prevost como o novo Papa Leão XIV nesta quinta-feira, 8 de maio de 2025, deflagrou um intenso debate entre religiosos e estudiosos da Bíblia. A eleição do primeiro pontífice dos Estados Unidos reacendeu discussões sobre a controversa profecia do capítulo 13 do livro de Apocalipse, que descreve a ascensão de duas “bestas” com grande poder e influência global.
Segundo o texto bíblico, a primeira besta emerge do mar e recebe seu poder do dragão (frequentemente interpretado como Satanás). Já a segunda besta, que sobe da terra, possui “chifres como de cordeiro, mas falava como dragão” e exerce grande autoridade em nome da primeira, levando as pessoas a adorá-la e a receberem uma marca para poderem comprar e vender.
A escolha de um Papa americano, para alguns intérpretes das escrituras, representaria um marco significativo no cumprimento dessa profecia. A ascensão de uma figura religiosa proeminente de uma nação com grande poder político e econômico como os Estados Unidos levantaria questionamentos sobre a influência que o novo líder da Igreja Católica poderia exercer no cenário mundial.
“É um momento de muita reflexão para os cristãos”, comenta o teólogo e estudioso de Apocalipse, Silas Albuquerque. “A figura do Papa sempre foi central para o catolicismo, e ter um americano no comando da Igreja, em um período de tantas incertezas globais, inevitavelmente nos faz analisar as profecias bíblicas com mais atenção.”
No entanto, outras correntes teológicas refutam essa interpretação literalista. Para muitos, as “bestas” de Apocalipse representam impérios e sistemas de poder corruptos ao longo da história, e não necessariamente figuras individuais ou eventos específicos do futuro.
Curiosamente, apesar de ser o primeiro Papa nascido nos Estados Unidos, Leão XIV tem uma trajetória que o distancia de uma imagem tipicamente americana. Segundo o jornal italiano La Repubblica, quando ainda era cardeal, Prevost era conhecido como “o menos americano dos americanos” em Roma, sendo inclusive apelidado de “o yankee latino” devido ao seu longo período de atuação na América Latina, onde chegou em 1985 e atuou como padre no Peru por dois anos.
A eleição de Leão XIV também apresenta paralelos com o Papa Francisco. Ambos compartilham um perfil pastoral e posturas reformistas. Há relatos de que Leão XIV chegou a interagir em redes sociais, inclusive retuitando críticas a figuras políticas americanas.
Se a nomeação de um Papa americano representa o cumprimento de uma profecia apocalíptica ou apenas uma mudança histórica na liderança da Igreja Católica, o debate certamente continuará acalorado. O fato é que a eleição de Leão XIV já está gerando discussões e interpretações diversas, demonstrando a força e a atualidade dos textos bíblicos em um mundo em constante transformação.
A Besta da terra coroada em Roma? ‘profecia’ bíblica agita cristãos com eleição de Papa americano
