Alerta aos cafeinados: preço amargo derruba consumo de café no Brasil


O aroma inconfundível do café pela manhã tem se tornado menos presente nos lares brasileiros. Um levantamento recente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), divulgado nesta quinta-feira (22), revela uma retração surpreendente no consumo da bebida mais popular do Brasil. Em abril deste ano, o consumo de café despencou quase 16% em comparação com o mesmo período de 2024.
A pesquisa da Abic também aponta para uma diminuição de 5,13% na venda de sacas de café entre os quadrimestres de 2024 e 2025, indicando uma tendência preocupante para o setor, conforme reportou o Jornal Diário do Povo. No acumulado do ano, de janeiro a abril, a queda nas vendas já ultrapassa os 5%.
O principal vilão por trás dessa mudança de hábito é o bolso do consumidor. Nos últimos 12 meses, o preço do café moído disparou mais de 80%, configurando a maior inflação para o produto nos últimos 30 anos, conforme dados da Abic e informações da Agência Brasil. Essa alta histórica tem forçado os brasileiros a repensarem suas doses diárias da bebida.
Mas o aumento do preço não é o único fator que influencia essa queda. De acordo com o portal Grão Cafés, a seca extrema que atingiu o Brasil afetou a floração dos cafeeiros, resultando em uma menor produção para a safra de 2025. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma redução de 12,4% na safra em comparação com o ano anterior. Além disso, o mercado global tem apresentado um consumo de café superior à produção desde 2021, o que levou a uma drástica diminuição nos estoques mundiais e, consequentemente, pressionou os preços para cima.
O aumento nos custos de produção também tem impactado o valor final do café para o consumidor. Um levantamento do InfoMoney aponta que, entre 2020 e 2024, os custos de produção do café tiveram um aumento de 224%, enquanto os preços para o consumidor subiram 110%. Essa diferença sugere que os reajustes devem continuar a impactar as prateleiras nos próximos meses.
Diante desse cenário, os amantes do café no Brasil precisarão encontrar alternativas para driblar os altos preços ou, quem sabe, reduzir a frequência do consumo daquela que é considerada uma paixão nacional. O futuro do setor cafeeiro e os hábitos dos consumidores brasileiros permanecem em aberto, aguardando os próximos capítulos dessa amarga realidade.

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