Alerta de Cappelli: fuga de Eduardo Bolsonaro aos EUA pode esconder articulação de BigTechs para 2026

Interventor federal após 8 de janeiro aponta suspeitas sobre viagem de Eduardo Bolsonaro e liga movimento a estratégia eleitoral internacional.

Ricardo Cappelli, atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e interventor federal da Segurança Pública no Distrito Federal após os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, levantou suspeitas sobre os reais motivos da viagem de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aos Estados Unidos. Em publicação nas redes sociais nesta terça-feira, Cappelli sugeriu que o deputado estaria envolvido na organização de uma “ofensiva das BigTechs contra o Brasil” nas eleições de 2026.

Contexto e ausações
A declaração de Cappelli surge em meio ao debate sobre o papel das plataformas digitais em processos eleitorais, tema que ganhou destaque após as campanhas de 2018 e 2022, marcadas por denúncias de disseminação em massa de desinformação e uso estratégico de algoritmos. “O bananinha foi para os EUA? O óbvio todos sabemos, é frouxo. A questão importante é que ele foi para organizar a ofensiva das BigTechs contra o Brasil em 2026”, escreveu Cappelli, usando o apelido pejorativo atribuído a Eduardo.

O interventor, que coordenou a segurança do DF após a invasão de extremistas às sedes dos Três Poderes, vinculou a movimentação do deputado a um suposto interesse de grupos internacionais em interferir no cenário político brasileiro. “Delírio? Converse com gente séria que monitora o tráfego nas redes. Pergunte o que aconteceu em 2018 e 2022”, desafiou, em referência à atuação de empresas de tecnologia nas últimas eleições.

Histórico e repercussão
A associação entre Eduardo Bolsonaro e estratégias digitais não é nova. Em 2022, o parlamentar foi alvo de críticas por reuniões com representantes de plataformas conservadoras nos EUA, além de integrar a ala bolsonarista que defendeu a “narrativa de fraude eleitoral” nas redes sociais. A viagem atual ocorre em um momento sensível: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta investigações por suposta articulação golpista, e aliados são monitorados por suspeitas de atos antidemocráticos.

Especialistas em direito digital ouvidos pela imprensa nos últimos anos alertam para o risco de “guerras híbridas” em eleições, com uso de inteligência artificial, bots e microdirecionamento de conteúdo. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou acordos com empresas como Meta e Google para coibir fake news, mas o controle sobre plataformas estrangeiras segue sendo um desafio.

O que dizem as fontes?
Até o momento, Eduardo Bolsonaro não se manifestou sobre as acusações. Procuradas, assessorias do deputado limitaram-se a afirmar que a viagem tem “caráter particular”. Já as BigTechs evitam comentar especulações, mas reiteram publicamente seu “compromisso com a integridade democrática”.

Enquanto isso, Cappelli mantém o tom de alerta: “Não subestimem o poder dessas empresas. Quem controla os dados, controla o jogo”. O debate promete esquentar à medida que 2026 se aproxima — e o Brasil segue no centro das discussões globais sobre democracia e tecnologia.

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