A crise global de alimentos, que se intensificou com a pandemia, segue impactando o poder de compra em todo o planeta, e as perspectivas para 2025 não são totalmente animadoras. Problemas persistentes na produção, somados aos efeitos devastadores das mudanças climáticas, mantiveram os preços dos alimentos em patamares elevados em 2024 e continuam sendo uma preocupação central para economistas e consumidores.
Em 2024, o Brasil sentiu o peso dessa inflação, fechando o ano com um índice de 4,83%, superando a meta do governo e os 4,62% registrados em 2023, conforme dados da Agência Pública. Um dos principais vilões nesse cenário foi o clima instável, com eventos como secas e enchentes afetando diretamente a produção agrícola. A produção de soja, por exemplo, teve uma queda de 4,6% em 2024 devido à seca, como reportou o Brasil de Fato. A alta do dólar, com uma valorização de mais de 27% em 2024, também exerceu forte pressão sobre os preços dos alimentos.
Para 2025, a expectativa de alguns economistas é de que a inflação de alimentos no Brasil possa apresentar uma leve desaceleração, girando em torno de 6%, impulsionada por uma previsão de safra recorde de grãos, estimada em 330 milhões de toneladas (Farmonaut). Contudo, essa perspectiva otimista pode não se traduzir em um alívio imediato para o consumidor, e a nível global, a tendência ainda é de alta. Especialistas da CNN Brasil apontam que a inflação deve seguir essa trajetória ascendente ao longo de 2025, com um possível retorno a níveis mais próximos da meta de inflação apenas em 2026.
Os eventos climáticos extremos em 2024, como detalhado em um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), acenderam um alerta para a segurança alimentar na América Latina e no Caribe, evidenciando a vulnerabilidade da produção de alimentos às mudanças no clima. A instabilidade climática tende a tornar a produção agrícola cada vez mais imprevisível, alternando entre anos de crescimento expressivo e quedas significativas, como observado no Brasil entre 2023 e 2024.
Além dos fatores climáticos, a alta dos preços dos alimentos em 2025 também deve ser influenciada pela pressão sobre a conta de luz, pelos aumentos nos preços dos serviços e pelo cenário externo, incluindo a cotação do dólar e os custos de importação, conforme análise da Forbes Brasil. A desvalorização do câmbio e a alta demanda interna no Brasil contribuem para manter os preços elevados.
Diante desse cenário complexo, a população global continua a sentir os impactos no dia a dia, com o aumento do custo de vida e a necessidade de adaptar seus orçamentos para garantir o acesso a alimentos básicos. A atenção para as políticas agrícolas sustentáveis e para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas se torna cada vez mais urgente para garantir a segurança alimentar no futuro.
Alerta no orato: inflação global de alimentos ameaça o Bolso em 2025 após ano de turbulência climática
