APP Sindicato reage a críticas sobre taxa de 7%: ‘tudo aprovado em assembleia’

Live Polêmica Gera Debate Sobre Transparência e Cobranças Sindicais

Uma transmissão ao vivo, realizada nesta semana pela APP Sindicato do Paraná, que reuniu professores da rede estadual, gerou intensa discussão nas redes sociais, após questionamentos sobre a cobrança de uma taxa administrativa de 7% sobre valores destinados a ações judiciais. Em nota enviada ao Express BR, a assessoria de imprensa do sindicato se posicionou para esclarecer os pontos controversos e rebater críticas, destacando que as decisões de cobrança de taxas, foram aprovadas democraticamente em assembleia.


Taxa de 7%: entenda a controvérsia

Um dos principais pontos de atrito foi a cobrança de custas administrativas de 7% sobre verbas judiciais dos professores. A professora Rosângela Schmidt questionou a “lógica” da taxa durante a live, alegando falta de comprovação documental. Em resposta, a APP Sindicato explicou que a taxa é aplicada após o recebimento dos valores pelo docente, o que tornaria a emissão de recibos imediata “inviável”, já que os valores finais só são definidos ao final do processo.

“A cobrança ocorre na fase de execução judicial, quando o professor já tem o direito garantido. Não há irregularidade: o repasse é feito após o crédito em conta, com transparência”, afirmou a direção sindical.


Cálculos ‘sem sentido’ e reação do sindicato

Outro trecho da live que gerou reação foi a crítica de Rosângela Schmidt a supostos cálculos “exorbitantes”. Ela estimou que, se 30 mil professores pagassem R$ 70 cada, a APP arrecadaria R$ 2,1 milhões, e que valores individuais de R$ 5 mil levariam a montantes ainda maiores. A entidade classificou os números como “totalmente sem relação com a realidade”.

“De onde surgiram esses R$ 5 mil? Não há base para essa conta. A taxa incide apenas sobre o valor recebido em ações trabalhistas, que varia caso a caso”, a direção da APP. Segundo ela, a cobrança é proporcional e não há valores fixos, como sugerido pela professora.


Base legal e resposta às acusações de irregularidade

Sobre a menção a consultas a especialistas que apontariam irregularidades na taxa, o sindicato reforçou que a prática está amparada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), desde que comprovada a destinação dos recursos. “Não há ilegalidade. Os recibos são emitidos após a conclusão do processo, quando os valores são liquidados”, destacou a nota.

A entidade também citou que a cobrança foi aprovada em assembleia geral no dia 22 de fevereiro, com participação de filiados. “Chamar isso de ‘autocracia’ é desrespeitar a decisão democrática da categoria”, afirmou a APP, em referência à declaração de Rosângela, que prometeu levar o debate para as escolas.


Cenário sndical: crise ou fortalecimento?

O debate ocorre em meio a discussões nacionais sobre a relação entre sindicatos e associados após a reforma trabalhista de 2017, que reduziu a obrigatoriedade de contribuições. A APP, porém, afirma que 5 mil novos filiados aderiram à entidade desde janeiro de 2024. “Isso reflete confiança, não o contrário”, argumentou Marlei Fernandes, dirigente do sindicato, durante a live.

Especialistas ouvidos pelo Express BR ponderam que, embora muitos sindicatos enfrentem desafios financeiros e de credibilidade, casos como o da APP mostram que transparência e diálogo direto podem reverter o cenário.


E agora?

A APP Sindicato vai convocar os professores para uma nova assembleia que em breve será marcada, onde poderá detalhar a prestação de contas e os critérios das taxas. Enquanto isso, Rosângela Schmidt segue mobilizando colegas nas redes: “Vou pressionar por acesso aos documentos. É um direito de todos”.

O impasse revela um embate entre cobrança por transparência e a defesa de processos democráticos internos — uma discussão que, longe de acabar, deve ecoar nas escolas paranaenses nas próximas semanas.

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