Área queimada teve um aumento de 79% em 2024

Em 2024, o Brasil registrou um aumento alarmante de 79% na área devastada por incêndios em comparação com o ano anterior, totalizando 30,8 milhões de hectares queimados — uma extensão superior ao território da Itália.

A Amazônia foi a região mais afetada, com 17,9 milhões de hectares consumidos pelo fogo, representando 58% do total nacional. Notavelmente, pela primeira vez, as florestas amazônicas sofreram mais com os incêndios do que as áreas de pastagem, com 8,5 milhões de hectares de mata queimados em 2024, em contraste com 2,2 milhões em 2023.

Especialistas atribuem esse aumento expressivo à combinação de condições climáticas extremas, como a seca severa associada ao fenômeno El Niño, e atividades humanas, incluindo desmatamento e uso inadequado do fogo para limpeza de terras. Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, destacou que os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas para conter a crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas e ações humanas.

O estado do Pará foi o mais afetado, com 7,3 milhões de hectares queimados, representando um quarto da área total devastada no país. Paradoxalmente, Belém, capital do Pará, sediará a COP30 em novembro de 2025, colocando em evidência os desafios ambientais enfrentados pela região.

Embora o governo brasileiro tenha conseguido reduzir o desmatamento em mais de 30% até agosto de 2024, os incêndios florestais apresentaram uma tendência oposta, evidenciando a complexidade das questões ambientais no país. A nomeação do diplomata André Corrêa do Lago como presidente da COP30 reforça a necessidade de ações globais coordenadas para enfrentar as mudanças climáticas, especialmente diante de desafios como a recente retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sob a administração de Trump.

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