A imprensa internacional repercutiu com destaque a decisão histórica da Justiça brasileira que, na quarta-feira (26/03), tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete ex-integrantes de seu governo réus por tentativa de golpe de Estado. O caso, que investiga supostos esforços para desestabilizar a democracia após as eleições de 2022, ganhou as manchetes de veículos como The New York Times, BBC e El País, destacando os riscos que o Brasil enfrentou diante de uma possível ruptura institucional.
O que diz a acusação?
De acordo com o Ministério Público, Bolsonaro e seus aliados teriam articulado um plano para invalidar os resultados das urnas eletrônicas e manter o ex-presidente no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as evidências estão mensagens, reuniões com militares e a tentativa de desacreditar o sistema eleitoral.
O The New York Times destacou que a decisão do STF representa um “esforço significativo para responsabilizar Bolsonaro pelas acusações de que ele tentou desmantelar a democracia brasileira”. O jornal ainda ressaltou que as investigações revelaram “o quão perto o Brasil esteve de retornar a uma ditadura militar” após quase 40 anos de democracia.
Confissões e investigações
A investigação, que durou dois anos, incluiu buscas, prisões e a confissão crucial de Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro. Segundo o NYT, as autoridades encontraram indícios de um “plano amplo” para deslegitimar as eleições, incluindo a edição de um decreto que permitiria intervenção federal nas urnas.
Repercussão global
Além do Times, veículos como a BBC e o El País lembraram os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram o Congresso, o STF e o Planalto, em um episódio comparado à invasão do Capitólio nos EUA. Para analistas, o processo contra Bolsonaro pode definir o futuro da democracia na América Latina.
Próximos passos
O julgamento ainda não tem data marcada, mas a decisão do STF já é vista como um marco. Se condenado, Bolsonaro pode ser inelegível e até preso — um desfecho que divide opiniões no Brasil e no mundo.
Enquanto isso, o caso segue sob os holofotes globais, reforçando o debate sobre os limites do poder e os riscos do populismo autoritário.
Fonte: The New York Times, BBC, El País e agências de notícias brasileiras.**
