Bolsonaro joga a carta Michelle em 2026 para barrar “Rebelião”


Maringá, Paraná – Inelegível e sob crescente pressão de aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articula uma estratégia para manter sua influência política visando as eleições de 2026. Incomodado com a movimentação de governadores com ambições presidenciais, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Bolsonaro sinaliza que pode lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como candidata ao Palácio do Planalto. A manobra, segundo analistas, visa conter uma possível “rebelião” de apoiadores e garantir que o nome da família Bolsonaro permaneça em destaque, inclusive no topo das pesquisas online.
Conforme apurou a reportagem da VEJA, Bolsonaro estaria utilizando a popularidade de Michelle, especialmente entre o eleitorado feminino e evangélico, como um trunfo para se manter relevante no cenário político. Michelle, que assumiu a presidência do PL Mulher, tem ganhado destaque em eventos e pesquisas de intenção de voto. Levantamento da Quaest, divulgado em dezembro de 2024, apontou Michelle como a favorita para substituir o marido em 2026, caso ele não possa concorrer, com 21% das intenções de voto.
A estratégia de Bolsonaro surge em meio a um cenário de incertezas para a direita. Com a inelegibilidade do ex-presidente confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, outros nomes começam a despontar como potenciais candidatos. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é frequentemente citado como uma alternativa forte, chegando a figurar com 17% das intenções de voto na pesquisa da Quaest. Essa movimentação, ao que tudo indica, tem causado desconforto em Bolsonaro, que busca a todo custo manter o controle sobre o seu eleitorado e o futuro da direita brasileira.
A possibilidade de Michelle Bolsonaro encabeçar a chapa presidencial em 2026 tem gerado diversas reações no meio político. Enquanto alguns aliados veem a ex-primeira-dama como um nome forte e capaz de aglutinar o eleitorado bolsonarista, outros preferem aguardar os próximos capítulos, cientes de que a decisão final passará pelo crivo do próprio Bolsonaro, que ainda sonha em reverter sua inelegibilidade no Supremo Tribunal Federal (STF).
O pastor Silas Malafaia, importante liderança evangélica e apoiador de Bolsonaro, já se manifestou publicamente a favor da candidatura de Michelle, reforçando o potencial da ex-primeira-dama junto a esse segmento do eleitorado. Por outro lado, aliados de Tarcísio de Freitas defendem a candidatura do governador paulista, argumentando que ele possui maior experiência administrativa e capacidade de dialogar com diferentes setores da sociedade.
Ainda é incerto se a estratégia de Bolsonaro de lançar Michelle Bolsonaro como candidata em 2026 se concretizará. Fato é que a movimentação do ex-presidente demonstra sua determinação em permanecer no centro do debate político e influenciar o futuro da direita brasileira, mesmo estando inelegível. Resta saber se a “carta Michelle” será suficiente para conter a crescente movimentação de outros líderes e garantir que o nome Bolsonaro continue a ecoar com força, tanto nas urnas quanto no topo das pesquisas do Google.

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