O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. A solicitação do ex-mandatário ocorre em um momento crucial das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, trama na qual Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência, é peça-chave.
Os depoimentos de Mauro Cid foram o ponto de partida para as investigações da Polícia Federal que resultaram na acusação de Bolsonaro e outras 30 pessoas por cinco crimes, com penas que podem chegar a até 43 anos de reclusão. A delação do tenente-coronel tem sido vista como um dos pilares da acusação contra os envolvidos na suposta trama golpista.
O “Imbróglio de Cid” e as Acusações de Mentira
A anulação da delação é pleiteada por Bolsonaro após recentes revelações que colocam em xeque a validade dos depoimentos de Cid. Segundo reportagem publicada pela revista Veja na quinta-feira, 12 de junho de 2025, o tenente-coronel teria mentido em interrogatório ao qual compareceu no Supremo na condição de delator. Essa suposta falsidade nas declarações pode comprometer a integridade do acordo de delação premiada.
A legislação brasileira prevê que, em casos de comprovada mentira ou omissão de fatos relevantes por parte do delator, o acordo de colaboração pode ser revogado, com a perda dos benefícios concedidos e a possibilidade de o delator ser processado pelos crimes que confessou e por falsidade ideológica ou perjúrio.
A decisão do STF sobre o pedido de anulação da delação de Mauro Cid terá grande impacto nas investigações e no futuro dos acusados na trama golpista. A expectativa é que o Supremo analise a denúncia de quebra de acordo e decida sobre a validade dos depoimentos que serviram de base para grande parte do processo.
Bolsonaro Pede Anulação de Delação de Mauro Cid: O Que Está em Jogo?
