Ranking da vergonha: o Brasil entre os piores salários de professores do mundo
Mesmo em um cenário global de desvalorização docente, Brasil se destaca negativamente com um dos piores salários do mundo
A profissão de professor, essencial para o desenvolvimento de qualquer nação, enfrenta um desafio global: a desvalorização salarial. No entanto, o Brasil se destaca nesse cenário de forma alarmante, figurando entre os países com os piores salários pagos aos seus educadores. A constatação, já presente na percepção de muitos profissionais da área, é corroborada por estudos e comparações internacionais, que colocam o país em posições vexatórias em rankings globais.
De acordo com o relatório “Education at a Glance 2021” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o salário inicial de um professor brasileiro era de aproximadamente US$ 13.900 por ano. Para se ter uma ideia da disparidade, na Alemanha, esse valor ultrapassa os US$ 70.000 anuais. Mesmo em países com economias menos robustas, como Grécia, Colômbia e Chile, os salários iniciais superam os US$ 20.000.
Os dados mais recentes indicam que a situação não apresentou melhora significativa. Em 2024, o piso salarial nacional para professores no Brasil foi ajustado para R$ 4.867,77 para uma jornada de 40 horas semanais, conforme informações do Click Petróleo e Gás. Embora existam variações dependendo do nível de ensino (público ou privado) e da experiência, a média salarial ainda se mostra muito aquém do reconhecimento da importância da categoria.
A título de comparação, uma pesquisa do Times of India, publicada em março de 2024, listou os países com os melhores salários para professores. Luxemburgo lidera o ranking com uma média anual de aproximadamente R$ 7.263.240 (convertido da rupia indiana). Outros países como Suíça, Canadá, Alemanha e Austrália também figuram no topo da lista, com salários anuais na casa dos milhões de reais em conversão direta.
A baixa remuneração dos professores brasileiros não é apenas uma questão de justiça com a categoria, mas também um fator que impacta diretamente a qualidade da educação no país. A falta de atratividade da carreira docente dificulta a retenção de bons profissionais e o ingresso de novos talentos, contribuindo para os desafios já existentes no sistema educacional brasileiro, como desigualdade, infraestrutura precária e a necessidade de melhorias no atendimento à educação especial, conforme apontado por reportagens da BNO News e do portal de notícias da Faculdade Santa Marcelina.
O cenário exige um olhar atento e ações concretas por parte das autoridades para valorizar os profissionais da educação. Investir em salários mais dignos não é apenas uma questão de reconhecimento, mas um passo fundamental para a construção de um futuro mais promissor para o Brasil, onde a educação de qualidade seja uma realidade acessível a todos. A pergunta que fica é: até quando o Brasil continuará ocupando esse “ranking da vergonha”, comprometendo o futuro de suas próximas gerações?
Brasil na lanterna: professores amargam um dos piores salários do mundo e a educação paga o preço
