A disputa judicial envolvendo a socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, residente no Edifício Chopin, em Copacabana, ganhou novos contornos com a nomeação do advogado Julio Matuch de Carvalho como curador dativo para administrar os bens da idosa. A decisão da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital autoriza Matuch a adentrar o imóvel, se necessário, até mesmo forçando a entrada, após a família de Regina ter impedido sua entrada em novembro.
A família de Regina, incluindo sua cunhada, expressou preocupação com a possibilidade de Matuch entrar no apartamento sem aviso prévio, temendo situações constrangedoras, como a entrada enquanto Regina estivesse em trajes íntimos. Em resposta, Matuch negou quaisquer intenções inadequadas e afirmou que tomará as medidas legais cabíveis após ser impedido reiteradas vezes de acessar o imóvel.
A situação se complica devido ao histórico de conflitos envolvendo Regina e seu ex-motorista, José Marcos Chaves Ribeiro, que havia solicitado a interdição da socialite alegando demência senil. Ribeiro é acusado de manter Regina em cárcere privado e de dilapidar seu patrimônio, estimado em R$ 3 bilhões. Atualmente, ele é considerado foragido, enfrentando acusações de tentativa de feminicídio, violência psicológica e furto contra Regina.
Em meio a essa disputa, Regina escreveu uma carta a próprio punho, contestando a decisão judicial que nomeou o curador e expressando seu desejo de permanecer em paz com sua família. Ela afirmou: “Podem pegar minha fortuna, mas me deixem em paz”.
A juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita determinou que Matuch administre os bens de Regina e providencie sua avaliação em uma clínica geriátrica, tendo acesso a toda a documentação médica da idosa. Ela reforçou que a entrada do curador não pode ser impedida por advogados, familiares, síndico ou porteiros do prédio. Além disso, decretou a indisponibilidade dos bens de Regina, autorizando apenas Julio Matuch a movimentar suas contas bancárias.
A família de Regina alega que esta situação faz parte de uma estratégia do ex-motorista José Marcos para declará-la incapaz. Em resposta, a família divulgou uma carta escrita e assinada pela própria Regina, contestando a decisão judicial.
O caso continua a gerar controvérsias, levantando questões sobre a proteção de idosos, a administração de patrimônios significativos e a intervenção judicial em disputas familiares complexas.