Em um caso que chocou o Distrito Federal, a Polícia Civil (PCDF) anunciou nesta sexta-feira (28) a elucidação do assassinato de Thalita Marques Berquó Ramos, 36 anos, brutalmente esquartejada após uma discussão envolvendo drogas. O crime, ocorrido em 13 de janeiro, foi solucionado em menos de três meses, graças a uma combinação de perícia forense, depoimentos-chave e rastreamento de suspeitos já conhecidos pela polícia .
A Dinâmica do Crime: Droga, Desentendimento e Brutalidade
Thalita passou o fim de semana anterior ao crime em festas no Guará, mas na manhã de segunda-feira (13/1), dirigiu-se a uma área de invasão no Parque Ezequias Heringer, no Guará II, para comprar entorpecentes. Segundo o delegado Antônio Dimitrov, da 1ª DP (Asa Sul), a vítima deixou seu celular como garantia de pagamento, usou a droga e, ao reclamar da qualidade, entrou em conflito com os suspeitos: um homem de 36 anos e dois adolescentes, de 15 e 17 anos .
No local, próximo a um córrego, Thalita foi esfaqueada, atingida por uma pedrada no rosto — causando traumatismo craniano fatal — e posteriormente esquartejada. Um dos adolescentes confessou ter transportado partes do corpo em um carrinho de mão até áreas isoladas do parque, onde enterrou o tronco e jogou a cabeça e as pernas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Caesb .
A Investigação: Dos Fragmentos aos Suspeitos
As primeiras pistas surgiram em 14 de janeiro, quando um funcionário da Caesb encontrou a cabeça e uma perna na ETE. A identificação só foi concluída em 13 de fevereiro, após exames antropológicos e de DNA . A quebra do sigilo das conversas de Thalita no WhatsApp revelou seu último contato com a mãe, em 13 de janeiro, minutos antes do crime: ela afirmava estar no Guará com um “amigo” — que, na verdade, era um dos envolvidos .
A localização do tronco, em 17 de março, foi crucial. Um dos adolescentes levou os investigadores ao local do enterro no Parque Ezequias, onde condições climáticas úmidas preservaram parcialmente o corpo, facilitando a análise forense .
Os Suspeitos: Histórico Criminal e Prisões
O adulto envolvido já estava preso desde janeiro no Complexo Penitenciário da Papuda, acusado de um homicídio em dezembro de 2024. A conexão com o crime de Thalita foi descoberta após cruzamento de dados e confissões dos adolescentes. Um menor de 17 anos foi detido na quinta-feira (27/3), enquanto o de 15 anos segue foragido