Eduardo Bolsonaro na mira da PGR: tentativa de coação a Ministros do STF aumenta tensão no cenário político


A Procuradoria-Geral da República (PGR) elevou o tom no debate político ao formalizar um pedido para que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja investigado por suposta tentativa de interferir no curso das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado contra milhares de brasileiros, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação da PGR mira a conduta do parlamentar no sentido de buscar retaliações internacionais contra membros do Poder Judiciário, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que em ocasiões anteriores já se manifestou sobre a derrota do “Bolsonarismo”, designou o ministro Alexandre de Moraes para relatar a queixa da PGR. Moraes, conhecido por sua atuação firme em inquéritos relacionados a atos antidemocráticos e ataques às instituições, já retirou o sigilo do pedido da PGR, tornando o caso público.
A representação que deu origem ao pedido da PGR foi feita pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que apontou para uma possível tentativa de Eduardo Bolsonaro de constranger o STF, deslegitimar o ministro Alexandre de Moraes – relator de inquéritos que envolvem o próprio deputado e aliados – e obter vantagens penais e políticas para si e seu grupo político.
Segundo informações divulgadas, Eduardo Bolsonaro tem se reunido com figuras da direita internacional, aliados do ex-presidente americano Donald Trump e opositores do governo Lula, nos Estados Unidos, onde reside desde fevereiro, quando se licenciou do mandato. O objetivo dessas articulações, de acordo com a PGR, seria pressionar por sanções internacionais contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes, que conduz investigações cruciais sobre a tentativa de golpe e a atuação de milícias digitais.
Em declarações anteriores, o próprio Eduardo Bolsonaro teria afirmado que intensificaria seus esforços nos Estados Unidos para prejudicar ministros do STF caso a Primeira Turma da Corte avançasse no julgamento que investiga seu pai. Essa postura é vista pela PGR como uma tentativa de obstruir a justiça e intimidar os membros do Supremo.
A decisão de Alexandre de Moraes de dar publicidade ao caso demonstra a seriedade com que o STF está tratando as alegações de interferência nas investigações. Ainda resta a decisão do próprio ministro em acolher ou não o pedido da PGR para a abertura formal do inquérito.
A escalada desse imbróglio jurídico e político promete gerar novos capítulos e acirrar ainda mais o debate sobre os limites da atuação de figuras públicas e a independência dos poderes da República no Brasil.

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