Equador inicia campanha para presidente em meio a guerra contra o tráfico

O Equador iniciou sua campanha eleitoral em meio a uma crescente onda de violência ligada ao narcotráfico, refletindo a profunda crise de segurança que o país enfrenta. A campanha, que se estenderá até a meia-noite de 6 de fevereiro, antecede as eleições marcadas para três dias depois.

O atual presidente, Daniel Noboa, que busca a reeleição, enfrenta críticas por sua decisão de participar ativamente da campanha eleitoral. Para viabilizar sua candidatura, Noboa nomeou Cynthia Gellibert, secretária da Administração Pública, como vice-presidente interina até 22 de janeiro. No entanto, a vice-presidente oficial, Verónica Abad, contestou a medida, afirmando que assumirá a presidência por mandato legal enquanto Noboa estiver em campanha.

O cenário eleitoral é marcado por uma disputa acirrada entre 16 candidatos, incluindo figuras de destaque como a esquerdista Luisa González, que disputou a eleição antecipada de 2023 com Noboa, e o líder indígena Yaku Pérez.

A violência relacionada ao narcotráfico tem sido um fator perturbador no processo eleitoral. Em um incidente recente, um candidato de esquerda abandonou a campanha pública após receber ameaças de morte, evidenciando o clima de insegurança que permeia o país.

Além disso, o Equador enfrenta crises energética e diplomática, que agravam ainda mais a situação. Em abril de 2024, os equatorianos participaram de um plebiscito para legitimar ações governamentais contra a violência e o narcotráfico, refletindo a urgência em abordar essas questões.

A crise de segurança no Equador tem raízes profundas, incluindo a pobreza, que fornece mão de obra abundante para o tráfico, e a crescente demanda por drogas. Especialistas apontam que a violência no país é exacerbada por esses fatores socioeconômicos.

O presidente Noboa tem adotado uma postura de combate rigoroso ao narcotráfico, militarizando o conflito interno e implementando medidas severas, como a classificação de gangues como terroristas e a realização de patrulhas militares. Embora essas ações sejam controversas e levantem preocupações sobre direitos humanos, Noboa mantém apoio significativo, tanto nacional quanto internacionalmente.

À medida que a campanha avança, o país se encontra em um estado de tensão, com a população ansiosa por soluções que tragam segurança e estabilidade. As eleições de fevereiro serão um teste crucial para a democracia equatoriana e para a capacidade de seus líderes em enfrentar os desafios impostos pelo crime organizado e pelas crises internas.

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