Estou no Supremo por causa do Ramagem”: Bolsonaro rleva tom contra investigação no STF


Ex-presidente Jair Bolsonaro volta a criticar a investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que o coloca como réu, afirmando que o processo tem como alvo principal o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A declaração, ecoada em diversos círculos políticos e na internet, reacende o debate sobre os limites da investigação e a influência de figuras próximas ao ex-mandatário nos eventos de 8 de janeiro.
A afirmação de Bolsonaro surge em meio a um cenário judicial conturbado. Tanto ele quanto Ramagem são réus em uma ação que apura suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação apura a conduta de diversos envolvidos nos atos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Segundo reportagens recentes, o STF manteve a ação contra Ramagem, derrubando uma decisão anterior que poderia beneficiar Bolsonaro. A decisão do Supremo reforça a continuidade da investigação sobre ambos, apontando para a solidez das provas apresentadas pela Polícia Federal (PF). A PF, inclusive, já havia indiciado Ramagem em novembro de 2024 no âmbito do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe.
A ligação entre Bolsonaro e Ramagem é antiga e notória. Ramagem, delegado da Polícia Federal, chefiou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Sua nomeação para a direção da Abin, inclusive, gerou polêmica e foi alvo de questionamentos na época. Atualmente, Ramagem também é investigado em outro inquérito que apura o uso ilegal da Abin para monitorar autoridades.
As declarações de Bolsonaro buscam, aparentemente, desviar o foco de sua própria responsabilidade na investigação, colocando Ramagem como o principal alvo das apurações do STF. Essa estratégia, no entanto, não é nova para o ex-presidente, que tem adotado um discurso de vitimização e perseguição política desde que deixou o cargo.
A defesa de Bolsonaro tem argumentado pela suspensão da ação no STF, classificando-a como um “ato golpista”. No entanto, essa tentativa de paralisar o processo não obteve sucesso no Supremo, que tem demonstrado firmeza na condução das investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro.
Com a ação penal em curso, tanto Bolsonaro quanto Ramagem terão a oportunidade de apresentar suas defesas. O desenrolar do caso será crucial para entender a extensão do envolvimento de figuras do alto escalão do governo anterior nos atos antidemocráticos e para a consolidação da democracia brasileira. A expectativa é que as próximas etapas da investigação tragam à tona novos elementos que possam complementar o quadro já existente e definir o futuro jurídico dos acusados.

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