Em um movimento inesperado que intensifica as tensões diplomáticas, os Estados Unidos declararam o embaixador da África do Sul, Ebrahim Rasool, como “persona non grata”, exigindo sua saída do país até 21 de março. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Marco Rubio, que acusou Rasool de adotar uma postura negativa em relação ao presidente Donald Trump e de incitar questões raciais.
As relações entre Washington e Pretória têm se deteriorado desde que Trump reassumiu a presidência em 20 de janeiro. Uma das medidas mais impactantes foi o corte de toda a ajuda financeira dos EUA à África do Sul, afetando programas essenciais de combate ao HIV/AIDS e outras iniciativas humanitárias.
A decisão de expulsar Rasool ocorreu após comentários feitos por ele em um webinar, nos quais criticou as políticas da administração Trump e discutiu mudanças demográficas nos EUA. Essas declarações foram destacadas por veículos de mídia conservadores, aumentando a pressão sobre o governo americano para agir.
Em resposta, o governo sul-africano expressou pesar pela decisão, mas reafirmou seu compromisso em manter relações benéficas com os EUA. Rasool, que já havia servido como embaixador em Washington durante a administração Obama, é conhecido por seu histórico como ativista anti-apartheid e político influente na África do Sul.
Este episódio ocorre em meio a outras controvérsias, incluindo críticas de Trump às políticas de redistribuição de terras na África do Sul e ofertas de asilo a fazendeiros brancos sul-africanos. Além disso, figuras como Elon Musk têm criticado as leis sul-africanas por alegada discriminação contra brancos, exacerbando ainda mais as tensões.
A expulsão de Rasool marca um ponto crítico nas relações entre os dois países, refletindo divergências políticas e sociais profundas que podem ter implicações significativas para a diplomacia e cooperação futura.