Extrema direita nas ruas e governo Lula sob fogo cruzado: a crise da esquerda liberal

A mobilização nas ruas continua sendo dominada pela extrema direita, enquanto a esquerda liberal e o governo Lula enfrentam críticas contundentes por abandonarem práticas de resistência como greves, piquetes e manifestações em prol de uma defesa da “democracia” burguesa. O cenário atual evidencia um impasse perigoso que divide a classe trabalhadora e deixa margens para a ascensão de ideologias neofascistas no Brasil.

Sob a justificativa de consolidar alianças políticas e ampliar a governabilidade, o governo Lula tem concedido espaço a setores historicamente alinhados ao bolsonarismo, distribuindo ministérios e recursos públicos na tentativa de neutralizar adversários. No entanto, a estratégia, vista por muitos como ingênua e arriscada, tem sido alvo de severas críticas por não conter a violência política e os ataques contra populações indígenas e ambientais, que seguem em ritmo alarmante.

Promessas quebradas e a perda de confiança

Um dos pontos mais críticos é o descumprimento de promessas eleitorais fundamentais, como a reversão das privatizações e das reformas Trabalhista e da Previdência. Em vez disso, o governo tem priorizado o pagamento da dívida pública a bancos e investidores, o que impacta diretamente os programas sociais. Recentemente, mudanças nos critérios de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e cortes no abono salarial para trabalhadores que ganhavam entre R$ 1.600 e R$ 1.800 trouxeram descontentamento e incertezas para milhares de famílias.

Enquanto isso, movimentos sociais e representantes da classe trabalhadora apontam para a necessidade de uma ruptura completa com os setores burgueses que compõem a base de sustentação do governo. As acusações de “síndica do capitalismo” recaem sobre a esquerda liberal, vista por críticos como cúmplice na perpetuação de um modelo econômico que favorece os grandes capitalistas em detrimento dos trabalhadores.

O papel da extrema direita e o vazio da esquerda nas ruas

A ausência de uma mobilização contundente por parte da esquerda nas ruas é percebida como uma oportunidade aproveitada pela extrema direita, que mantém a base engajada e ativamente presente em manifestações. Lideranças populares alertam que essa lacuna pode aprofundar a polarização e fortalecer ideais golpistas que ameaçam a já fragilizada democracia brasileira.

O desafio agora é construir uma frente ampla, classista e anticapitalista capaz de articular uma resistência verdadeira às políticas neoliberais e ao avanço da extrema direita. Sem isso, alertam especialistas e militantes, o risco é que o governo Lula continue refém de uma estrutura política que inviabiliza mudanças substanciais e mantém o país em um ciclo de desigualdade e exploração.

A classe trabalhadora está em um ponto de ruptura, e a questão que ecoa é: quem vai liderar o próximo capítulo da luta?

Abrir bate-papo
Como podemos ajudá-lo?
Verified by MonsterInsights