Faíscas no Senado: Moro e Ministro da Previdência trocam acusações acaloradas sobre megafraude no INSS


Em audiência tensa, o ministro Wolney Queiroz confrontou o senador Sergio Moro sobre suposta omissão em denúncias de fraude bilionária ocorridas durante sua gestão no Ministério da Justiça.
O clima esquentou na última quinta-feira (15) durante uma audiência no Senado Federal que debatia as recentes descobertas de um esquema de fraude bilionário no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR) protagonizaram um bate-boca carregado de acusações mútuas.
A discussão teve início quando o ministro Queiroz trouxe à tona informações de que um servidor do INSS já havia denunciado a existência de descontos indevidos e fraudes à Polícia Federal ainda em 2020. Naquele período, o senador Moro ocupava o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Um servidor em 2020 denuncia à PF que havia descontos indevidos, que havia fraude. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, questionou o ministro, em tom incisivo, conforme reportado por diversos veículos de imprensa.
A resposta de Moro não tardou, e o senador rebateu as acusações com veemência. “Refuto Vossa Excelência que quis me acusar de omissão. Quem se omitiu como secretário-executivo da previdência durante os anos em que a fraude escalou para mais de 2,8 bilhões de reais foi Vossa Excelência”, contra-atacou Moro, referindo-se ao período em que Queiroz ocupou um cargo de gestão na Previdência.
O ministro da Previdência, por sua vez, negou qualquer omissão e enfatizou que assumiu a pasta ciente dos desafios e da necessidade de combater as irregularidades. Ele também destacou que as denúncias de 2020 foram encaminhadas às autoridades competentes.
Segundo informações divulgadas, a fraude no INSS envolveu descontos indevidos em benefícios de mais de 470 mil pessoas, totalizando um prejuízo estimado em R$ 2,8 bilhões. A Polícia Federal deflagrou recentemente a Operação Última Milha para investigar o esquema, que consistia em fraudes em empréstimos consignados.
A troca de farpas entre Moro e o ministro Queiroz expôs a tensão política em torno do caso e a busca por responsabilização em relação às falhas que permitiram a perpetuação da fraude por tanto tempo. A investigação sobre o caso segue em andamento, e novas informações devem surgir nos próximos dias, prometendo manter o tema no centro do debate público.

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