Maringá, Paraná – Em mais um aceno à promessa de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma o compromisso de “colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”. A declaração, que ecoa o sentimento de parcela significativa da população que o elegeu em 2022, vem ganhando corpo em meio a discussões sobre as políticas econômicas e a recente sanção do Orçamento de 2025.
Desde a campanha presidencial, Lula tem enfatizado a necessidade de uma justiça tributária que alivie o peso sobre a classe trabalhadora e aumente a contribuição dos mais abastados. Essa diretriz tem se materializado em algumas ações do governo, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, conforme destacado em notas oficiais do Planalto.
“A solução do Brasil vai ser encontrada quando a gente colocar o rico no Imposto de Renda e o pobre no Orçamento”, declarou Lula em agosto de 2023, reiterando um princípio que norteia sua gestão econômica. Essa filosofia se contrapõe ao que ele e seus apoiadores consideram um histórico de negligência com as camadas mais vulneráveis da população.
O ano de 2022, marcado pela vitória apertada de Lula sobre o então presidente Jair Bolsonaro, representou para muitos um triunfo popular sobre um sistema econômico percebido como desigual. A frase “2022 o povo venceu o poderoso Sr. Mercado”, expressa por apoiadores, reflete a expectativa de que o novo governo implementaria políticas que priorizassem o bem-estar social em detrimento dos interesses puramente mercadológicos. A mensagem “Os derrotados que chorem” sublinha a polarização que marcou o pleito e a convicção de uma vitória legítima e necessária.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a declarar que Lula lhe pediu explicitamente para focar nessa inversão de prioridades. A sanção do Orçamento de 2025, embora com alguns vetos, sinaliza a continuidade dessa linha. Contudo, o governo também tem adotado medidas de cautela, como o recente congelamento de R$ 31 bilhões do orçamento para garantir o cumprimento da meta fiscal de déficit zero, demonstrando um equilíbrio entre as promessas sociais e a responsabilidade fiscal.
Apesar do discurso enfático, a concretização plena da promessa de taxar os mais ricos ainda enfrenta desafios e debates. A reforma tributária, em curso, busca simplificar o sistema tributário brasileiro, mas seus impactos na distribuição de renda ainda são objeto de análise e discussões acaloradas entre diferentes setores da sociedade.
A expectativa dos que apoiaram a eleição de Lula é que as políticas implementadas nos próximos anos consolidem a priorização dos mais pobres no orçamento, ao mesmo tempo em que se avança na tributação de grandes fortunas e rendas elevadas. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa agenda econômica para verificar se a máxima “o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda” se concretizará de forma efetiva no Brasil.
“Faz o L” na prática: Lula prioriza pobres no orçamento e aperta o cerco aos mais ricos
