O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou drasticamente para baixo suas projeções de crescimento global nesta terça-feira (22), atribuindo a desaceleração às políticas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo o World Economic Outlook, divulgado hoje, a economia mundial deve crescer apenas 2,8% em 2025 — uma redução de 0,5 ponto percentual (pp) em relação à previsão de janeiro —, com riscos de recessão aumentando para 30% globalmente e 37% nos EUA.
Impacto Global das Tarifas: EUA, China e México na Mira
As tarifas “recíprocas” anunciadas por Trump em 2 de abril — algumas suspensas por 90 dias — já provocaram queda nas bolsas, redução de investimentos e desaceleração do comércio internacional, que deve crescer apenas 1,7% em 2025, metade do registrado em 2024. Os principais afetados são:
- EUA: Crescimento revisado de 1,8% (queda de 0,9 pp), com inflação subindo para 3%.
- China: Expansão do PIB reduzida para 4% (menor índice desde 1990), impactada por tarifas de até 145%.
- México: Economia deve encolher 0,3% em 2025, arrastando a América Latina para um crescimento de apenas 2%.
Para o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, o mundo enfrenta uma “redefinição do sistema econômico global“, marcada por incertezas que afetam desde cadeias de suprimentos até decisões de investimento.
Inflação Persistente e Riscos para o Futuro
Além do crescimento mais lento, o FMI alerta para uma inflação teimosa:
- Global: 4,3% em 2025 e 3,6% em 2026, com EUA e economias avançadas registrando pressões maiores.
- Europa: Zona do Euro crescerá 0,8% em 2025, com exceção da Espanha, que mantém projeção de 2,5%.
O relatório também destaca que, sem as tarifas de Trump, o crescimento global seria 3,2% em 2025. No entanto, a escalada de tensões comerciais já fragmentou a economia mundial, aumentando custos e reduzindo eficiência.
Recomendações do FMI e Cenários Alternativos
O Fundo pede que os países priorizem cooperação internacional e clareza nas políticas comerciais para evitar distorções nos mercados. Dois cenários alternativos foram projetados:
- Sem tarifas: Crescimento global de 3,2% em 2025.
- Com tarifas e incerteza: Estagnação em 2,8%, com perdas acumulativas até 2026.
Gourinchas reforça que a independência dos bancos centrais — como o Federal Reserve — é “absolutamente crítica” para controlar a inflação, em meio a pressões políticas por cortes de juros.
Fontes: IMF, Reuters, Agence France-Presse, InfoMoney, UOL, CBS News.
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