A tensão aumenta nas escolas municipais de São Paulo com a crescente onda de manifestações estudantis contra a decisão da gestão Nunes/Padula de realizar intervenções consideradas arbitrárias e violentas. Na EMEF Saturnino Pereira, localizada em Cidade Tiradentes, a comunidade escolar, liderada pelos próprios alunos, expressou seu repúdio à medida, evidenciando a qualidade do ensino que, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), é mantida apesar das dificuldades impostas pela administração.
Cartazes com frases incisivas como “Interventor você não é bem-vindo aqui”, “Você aqui não. Fora interventor!”, “Nós não aceitamos ditadura” e “Precisamos de nossa diretora” tomaram conta da escola. A espontaneidade e a clareza das mensagens dos estudantes, divulgadas pelo Sindsep, demonstram a insatisfação generalizada com a forma como a gestão municipal tem conduzido a educação.
O Sindsep participou ativamente do ato em apoio à diretora Ruth, cuja situação específica não foi detalhada na nota divulgada. No entanto, a mobilização da comunidade da EMEF Saturnino Pereira reflete um cenário mais amplo de resistência às intervenções na rede municipal. Segundo informações recentes, outras escolas também registraram manifestações de apoio a diretores afastados pela gestão Nunes, com relatos que chegam a classificar o método como “da ditadura”.
Para ampliar a discussão e organizar a resistência contra o que consideram uma “intervenção autoritária e violenta nas escolas de São Paulo”, o Sindsep convoca para uma Plenária Popular na próxima quarta-feira, 28 de maio, às 19 horas, em sua sede, localizada na Rua da Quitanda, 101, 2º andar. A expectativa é que a plenária reúna estudantes, professores, pais e demais membros da comunidade escolar para definir estratégias de enfrentamento à política da gestão municipal para a educação.
A onda de protestos estudantis levanta um debate importante sobre a autonomia das escolas e a participação da comunidade escolar nas decisões que afetam o processo de ensino-aprendizagem. A gestão Nunes/Padula ainda não se manifestou publicamente sobre as manifestações e as acusações de autoritarismo. A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Educação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
A situação nas escolas municipais de São Paulo segue tensa, com a comunidade escolar demonstrando forte engajamento na defesa de seus diretores e de uma gestão democrática e participativa. Os próximos dias serão decisivos para entender os desdobramentos desse embate entre a gestão municipal e a comunidade educacional.
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Fora interventor!”: estudantes de São Paulo rejeitam medida “Ditatorial” da gestão Nunes em escolas
