Às vésperas do Dia do Trabalhador, um levantamento do Instituto Nexus revela um forte desejo entre a juventude brasileira por mudanças na tradicional jornada de trabalho. A pesquisa aponta que impressionantes 76% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos apoiam a redução da jornada semanal, com a implementação de um sistema 6×1, onde seis dias de trabalho são seguidos por um dia de descanso. Este anseio por uma rotina menos exaustiva vem carregado de expectativas por maior qualidade de vida, aumento da produtividade e até mesmo a criação de novas oportunidades no mercado de trabalho.
A escala 6×1, como explica o levantamento, consiste em seis dias consecutivos de trabalho, seguidos por um único dia de folga. Embora seja uma das formas de distribuir as 44 horas semanais previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o modelo tem sido alvo de debates recentes no Brasil. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) inclusive ganhou força nas redes sociais, propondo o fim da escala 6×1 e sua substituição por um sistema 4×3, com quatro dias de trabalho e três de descanso.
Para a parcela jovem da população, a mudança para uma escala 6×1 parece representar um passo importante rumo a um estilo de vida mais equilibrado. A pesquisa da Nexus indica que os jovens associam diretamente uma menor carga horária com a possibilidade de dedicar mais tempo a atividades pessoais, estudos, lazer e convívio social, fatores cruciais para a sua qualidade de vida.
Além do bem-estar, o levantamento sugere que a juventude acredita que uma jornada de trabalho menos extensa poderia impulsionar a produtividade. Estudos corroboram essa visão, indicando que funcionários mais descansados e motivados tendem a ser mais eficientes em suas tarefas, além de apresentarem menores níveis de estresse e cansaço.
A expectativa por novas oportunidades também se destaca entre os jovens que apoiam a mudança. Acredita-se que a redução da jornada de trabalho poderia gerar a necessidade de mais profissionais para cobrir as demandas, aquecendo o mercado de trabalho e abrindo portas para novas contratações.
No entanto, a implementação de uma jornada de trabalho reduzida não é isenta de discussões. Um estudo recente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) aponta que o fim da escala 6×1 poderia gerar um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB), com uma possível elevação de custos, ameaça à competitividade e um agravamento da informalidade no mercado de trabalho.
Apesar das diferentes perspectivas, o apoio massivo da juventude à redução da jornada de trabalho, como apontado pela pesquisa da Nexus, lança luz sobre uma demanda crescente por modelos de trabalho mais flexíveis e que priorizem o bem-estar dos trabalhadores. Em um mercado em constante transformação, o debate sobre a jornada ideal de trabalho para o futuro parece estar apenas começando.
Geração Z diz sim à folga ampliada: 76% dos jovens querem fim da escala 6×1 por mais qualidade de vida
