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Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu nesta quinta-feira (22) uma decisão que reverberou no cenário político nacional: a manutenção da prisão preventiva do general Walter Souza Braga Netto. O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa no governo de Jair Bolsonaro é réu sob acusação de participação na tentativa de golpe de Estado que culminou com os atos de vandalismo e invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
A decisão de Moraes, publicada nesta sexta-feira (23), rejeitou o pedido da defesa de Braga Netto, que buscava a revogação da prisão. O ministro considerou que persistem os motivos que levaram à decretação da medida cautelar, como o risco à ordem pública e a necessidade de garantir a instrução do processo.
Braga Netto foi preso pela Polícia Federal em dezembro de 2024, no âmbito da operação “Tempus Veritatis”, que investiga a organização e execução da tentativa de golpe. Ele é apontado como um dos principais mentores da trama que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Informações apuradas durante as investigações, incluindo a delação premiada de um militar envolvido, indicam que Braga Netto teve um papel central na elaboração de um plano para questionar o resultado das eleições de 2022 e incitar uma intervenção militar.
Curiosamente, uma testemunha ouvida recentemente declarou que Braga Netto teria sido “surpreendido” com a eclosão dos atos golpistas de 8 de janeiro, alegando que o general estaria jogando voleibol no momento das invasões. Essa versão, no entanto, não convenceu o ministro Alexandre de Moraes, que manteve a prisão.
A manutenção da prisão de Braga Netto ocorre em um momento de crescente tensão política, com o avanço das investigações sobre a tentativa de golpe e o possível envolvimento de outras figuras importantes do governo anterior. O caso segue sob análise do STF e da Polícia Federal, que buscam esclarecer todos os detalhes dessa tentativa de ruptura institucional que abalou o país.
Golpe à solta? Moraes mantém Braga Netto atrás das grades e aumenta a tensão no cenário político
