São Paulo, SP – Uma onda de indignação toma conta da comunidade educacional da zona leste de São Paulo após a notícia do afastamento repentino de diretores de escolas com histórico de luta política e projetos pedagógicos progressistas. A denúncia, que chegou à nossa redação na noite de ontem, revela uma possível manobra com motivações políticas, utilizando como justificativa o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
De acordo com informações apuradas, Rute Rodrigues, diretora de uma escola localizada no extremo leste da capital paulista, região marcada pela alta vulnerabilidade social, foi comunicada de sua convocação para uma reunião com o dirigente regional de Guaianases. O encontro, ocorrido nesta manhã, trouxe a bomba: ela e outro diretor da mesma região, também à frente de uma escola com Projeto Político Pedagógico (PPP) progressista e um histórico de engajamento social, serão afastados de suas funções já na próxima segunda-feira. Para seus lugares, interventores externos serão designados.
A decisão causou revolta, especialmente ao se constatar que outras escolas da mesma região, com notas idênticas no IDEB, não sofreram qualquer tipo de intervenção. Essa seletividade levanta sérias suspeitas sobre a real motivação dos afastamentos, que a comunidade escolar local acredita ter cunho político, atribuindo a ação ao governo municipal de Nunes, comumente associado a políticas de viés bolsonarista na área da educação.
A notícia não se restringe à zona leste. Segundo relatos, outras regiões da cidade de São Paulo também receberam a mesma comunicação durante a manhã de hoje, indicando uma ação coordenada e de grande escala.
Diante desse cenário, a comunidade escolar da região afetada já começou a se mobilizar. A estratégia inicial consiste em contatar intelectuais e representantes políticos que apoiam a causa da educação pública e progressista, convidando-os a gravar vídeos manifestando seu repúdio a mais este “ataque” à educação paulistana. Além disso, está em processo de elaboração um documento formal, que será encaminhado a diversas autoridades e personalidades influentes para coleta de assinaturas.
Este caso reacende o debate sobre a autonomia das escolas, a utilização do IDEB como ferramenta de controle político e a crescente tensão entre gestões com projetos pedagógicos diferenciados e as diretrizes de governos alinhados a ideologias conservadoras. A comunidade educacional promete não se calar diante do que consideram um claro retrocesso e um ataque à gestão democrática e à qualidade da educação para os mais vulneráveis.
Aguardamos os próximos capítulos desta história e nos solidarizamos com os profissionais da educação e a comunidade escolar afetada por essa decisão controversa.
Golpe na educação progressista? Diretores de escolas da zona leste de SP denunciam afastamento político por baixo IDEB seletivo
