A retórica agressiva e as tarifas impostas durante a gestão de Donald Trump continuam a ecoar na economia global, com reflexos diretos sentidos no coração do comércio americano. O maior porto dos Estados Unidos, peça chave no fluxo de mercadorias internacionais, enfrenta uma notável redução em sua atividade, expondo as consequências da guerra comercial travada nos últimos anos. A situação levanta preocupações entre economistas e empresários, que observam um cenário de incertezas e potenciais impactos negativos para o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Conforme divulgado pelo portal Globo.com, a diminuição no volume de cargas que circulam pelo principal terminal portuário americano é um sintoma claro do tensionamento nas relações comerciais, especialmente com a China. As tarifas retaliatórias implementadas por ambos os lados da disputa resultaram em um encarecimento de produtos e em uma consequente retração no comércio bilateral.
Dados recentes corroboram a desaceleração econômica. Uma pesquisa divulgada pelo Portal Terra da Luz aponta para uma contração de 0,3% no PIB americano no primeiro trimestre de 2025, com a redução da atividade portuária sendo um dos fatores determinantes para esse desempenho. A queda nas importações e o menor volume de cargas movimentadas evidenciam o impacto direto das políticas comerciais de Trump.
Lars Jensen, CEO da consultoria de transporte marítimo Vespucci Maritime, em entrevista à Exame, alerta que a instabilidade no fluxo de mercadorias pode gerar gargalos e atrasos significativos na cadeia logística, com reflexos para diversos setores da economia. Portos projetados para um fluxo constante enfrentam desafios ao lidar com variações abruptas no volume de cargas.
Apesar dos sinais de alerta, Trump, em declarações recentes, minimizou o impacto de suas tarifas, atribuindo a contração econômica a outros fatores e expressando otimismo quanto aos resultados futuros de sua política comercial. No entanto, analistas do banco de investimentos Goldman Sachs, conforme reportado pela IstoÉ Dinheiro, aumentaram a probabilidade de uma recessão nos EUA, atualmente estimada em 45%, diante do cenário de incertezas gerado pela guerra comercial.
A política de “tarifaço” também preocupa especialistas chineses, que alertam para os custos elevados que a indústria americana pode enfrentar. Paulo Gala, em análise para a Agência Brasil, destaca a disparidade entre os custos de produção nos EUA e na Ásia, tornando difícil a reversão desse quadro apenas com a imposição de tarifas.
O cenário no maior porto americano serve como um termômetro dos efeitos da guerra comercial, com empresas e consumidores enfrentando preços mais altos e um horizonte de instabilidade econômica. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa disputa e seus impactos a longo prazo na economia global.
Golpes na economia: guerra comercial de Trump deixa o maior porto dos EUA em silêncio e alerta especialistas
