São Paulo – Governador Tarcísio de Freitas (Cidadania) e prefeito Ricardo Nunes (MDB) protagonizam um cenário de tensão com servidores públicos, que decidiram unir forças em uma greve histórica. A mobilização, que ganhou adesão massiva de professores, profissionais da saúde, assistentes sociais e outras categorias, denuncia a desvalorização salarial acumulada de mais de 50% e o sucateamento de serviços essenciais .
Assembleia dos Educadores: Um Grito Contra a Precariedade
Professores das redes estadual e municipal marcharam juntos na quarta-feira (2) em frente à Prefeitura de São Paulo, aprovando um indicativo de greve geral para 25 de abril, data que marcará a união com outras categorias em um ato na Praça da República. A pauta inclui:
- Reajuste salarial de 12,9% para servidores municipais, visando recompor perdas inflacionárias ;
- Incorporação de 39,1% dos abonos aos planos de carreira na educação, corrigindo distorções previdenciárias ;
- Revogação do confisco de 14% sobre aposentadorias e redução de alíquotas previdenciárias ;
- Fim da terceirização e abertura de concursos públicos para garantir serviços de qualidade .
A categoria educacional também exige climatização das escolas e melhores condições de trabalho, diante do aumento de afastamentos por saúde mental e da falta de insumos básicos .
“Destruição da escola pública”: a crise dob Nunes e Tarcísio
Enquanto servidores lutam por direitos, as gestões de Nunes e Tarcísio são acusadas de privatizar a educação e desmontar carreiras. O prefeito aprovou a Lei 18.221/2024, que flexibiliza o Estatuto do Magistério e permite a substituição de concursados por terceirizados – medida criticada por sindicatos como “ataque à gestão democrática” . Já o governador ignora o reajuste de 6,27% no piso nacional dos professores, determinado pelo MEC, e mantém salários congelados desde 2024 .
Ricardo Nunes ainda ameaçou cortar salários de grevistas: “Quem usar essa prática para fazer política partidária terá descontos” . Já Tarcísio é alvo de ações no Ministério Público e Tribunal de Contas por violar a Constituição ao negar recomposição inflacionária .
25 de abril: dia de luta e união
A Assembleia dos Professores, marcada para o dia 25, promete ser um marco. Servidores municipais farão uma caminhada até a Praça da República para se juntar aos estaduais, em um protesto coordenado pela Apeoesp. A pauta inclui:
- Pressão por aumento real de 44% nos salários, como incorporação de abonos ;
- Plano de climatização das escolas, urgentemente necessário após ondas de calor ;
- Defesa da gestão pública contra privatizações, que “pioram serviços e aumentam custos”, como destacam cartazes dos manifestantes .
A mobilização é parte de um calendário amplo: paralisações regionais ocorrem até 28 de abril, culminando em uma greve geral no dia 30, com assembleia em frente à Prefeitura .
Serviço público em colapso: o que dizem os números
- 50% de perda salarial em média para servidores estaduais desde 2021, com algumas categorias chegando a 70% ;
- 14% de confisco sobre aposentadorias municipais, considerado “medida ilegítima” por sindicatos ;
- Lei 11.738/2008 descumprida pelo estado, que nega reajuste do piso docente .
A escola pública é da classe trabalhadora
O apelo dos manifestantes ecoa em meio a cortes orçamentários e políticas de austeridade. Para Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem, “a greve não é só por salários, mas por dignidade e contra a venda do patrimônio público” . Enquanto isso, a Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, com 80 entidades, articula apoio parlamentar para barrar projetos como a PEC 32, que ameaça ampliar terceirizações .
Para saber mais: Acompanhe o calendário de mobilizações e participe da assembleia no dia 25 de abril. A luta define o futuro da educação e dos serviços essenciais em São Paulo.
Fontes: Brasil de Fato [1], Sinpeem [2], Alesp [3], Hora do Povo [4], Sinesp [6].