Família do jovem alega que não autorizou a entrevista e que ele foi vítima de comentários preconceituosos; influencer alega desconhecimento sobre a condição do adolescente.
Um influencer digital de Curitiba foi condenado a pagar R$ 14 mil por danos morais após expor indevidamente um adolescente autista em um vídeo em que o chamava de “comunista”. O caso, que ganhou repercussão nas redes sociais, reacendeu o debate sobre responsabilidade digital, privacidade e capacitismo.
João Bettega, responsável pelo conteúdo, afirmou que, no momento da gravação, não sabia que o adolescente era autista e que, assim que tomou conhecimento, removeu o vídeo do ar. No entanto, a família do jovem contestou a versão, afirmando que nunca autorizou a entrevista e que o adolescente foi alvo de ataques preconceituosos e capacitistas nos comentários.
De acordo com a decisão judicial, o influencer agiu com “imprudência e desrespeito” ao expor publicamente o jovem sem seu consentimento, especialmente por se tratar de uma pessoa com transtorno do espectro autista (TEA), condição que exige maior cuidado em situações de interação social.
Repercussão e debate nas redes
O caso levantou discussões sobre a ética na produção de conteúdo digital. Especialistas em direito digital lembram que a exposição não autorizada de imagens, principalmente de menores e pessoas com deficiência, pode configurar violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Nas redes sociais, usuários se dividiram: enquanto alguns defenderam o influencer, argumentando que ele não teria intenção de ofender, outros criticaram a falta de sensibilidade e o tom agressivo do vídeo.
O que diz a lei?
A condenação reforça a jurisprudência de que criadores de conteúdo devem assegurar o consentimento explícito de todas as pessoas filmadas, especialmente em casos que envolvam vulnerabilidade. A família do adolescente comemorou a decisão, afirmando que ela serve como um alerta para outros influenciadores.
Enquanto isso, Bettega afirmou que vai recorrer da decisão, reiterando que agiu de boa fé e que o valor da indenização é “desproporcional”.
O que você acha?
A exposição indevida em redes sociais é um problema crescente. Como equilibrar a liberdade de expressão com o respeito à privacidade e à dignidade alheia? Deixe sua opinião nos comentários!
(Com informações de [fonte confiável, ex: G1, UOL, etc.])