Um estudo realizado por Sebastião Donizete Santarosa, com jovens entre 15 e 19 anos de uma comunidade escolar da região metropolitana de Curitiba, expõe realidades marcantes sobre educação, trabalho e perspectivas políticas dessa geração. A pesquisa, baseada em entrevistas, revela que a maioria dos participantes dedica de 12 a 15 horas diárias a estudo e trabalho, sobrevivendo com uma renda familiar média de R$ 5 mil mensais e salários individuais próximos ao mínimo.
Rotina e pressões econômicas
Segundo o autor, “a grande maioria mora com a família e trabalha para ajudar nas despesas ou comprar itens pessoais, como tênis e eletrônicos”. Apesar de não gostarem da escola, os jovens veem o diploma do ensino básico como uma ferramenta para melhorar suas condições profissionais. Contudo, a jornada exaustiva deixa marcas: “Sentem-se muito cansados e com dores no corpo”, destaca Santarosa.
CLT, sindicatos e críticas à esquerda
A pesquisa aponta uma visão crítica sobre direitos trabalhistas. Para 78% dos entrevistados, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é vista como um “obstáculo ao desenvolvimento econômico do trabalhador”. Além disso, há uma rejeição unânime a sindicatos e movimentos sociais: “Odeiam a esquerda, associada a ‘vagabundos’ que ‘atrasam o Brasil'”, relata o autor. Essa postura reflete discursos frequentes em redes sociais, onde termos como “anticorrupção” e “meritocracia” ganham força entre jovens.
Sonhos e Individualismo
Apesar das dificuldades, os participantes mantêm aspirações comuns: construir uma família, ter renda estável e adquirir uma casa própria. Curiosamente, acreditam que sucesso depende exclusivamente do esforço individual, ignorando desigualdades estruturais. “Para eles, jovens que trabalham e os que não precisam trabalhar têm as mesmas chances em vestibulares”, comenta Sebastião Santarosa.
Contexto nacional e dados externos
Dados do IBGE (2023) corroboram a realidade observada: 23% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos trabalham enquanto estudam, muitos sem carteira assinada. Especialistas alertam que a informalidade e a carga horária excessiva elevam riscos de evasão escolar e problemas de saúde mental. Um relatório da UNICEF (2022) já associou jornadas duplas a casos de ansiedade e burnout nessa faixa etária.
Críticas e reflexões
Para a socióloga Ana Lúcia Silva, a rejeição à esquerda reflete “uma geração influenciada por narrativas digitais que vinculam políticas sociais a ‘privilegiados'”. Já o economista Marcos Ribeiro ressalta: “A visão contra a CLT é preocupante, pois ignora a história de exploração trabalhista no país”.
Conclusão
O estudo de Santarosa não apenas ilumina a vida desses jovens, mas também desafia policymakers a repensar modelos educacionais e laborais. Como ele mesmo sintetiza: “São vozes de uma geração que clama por oportunidades reais, mas carrega contradições de um Brasil em transformação”.
Fontes complementares: IBGE, UNICEF, artigos científicos sobre trabalho juvenil.
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