Em meio a pressões por queda de popularidade, governo federal anuncia ampliação de benefício a trabalhadores formais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve lançar nesta quarta-feira (12/3) uma nova fase do crédito consignado voltado a trabalhadores com carteira assinada (CLT). A medida, que integra um pacote de iniciativas para reaquecer a economia e conter a insatisfação popular, chega em um momento delicado: pesquisas recentes apontam que a aprovação do governo federal caiu para 32%, segundo o Datafolha, pressionando o Planalto a acelerar políticas de impacto social.
O que se sabe sobre o novo consignado:
De acordo com fontes do Ministério da Fazenda, a proposta visa reduzir as taxas de juros atuais (hoje em média 1,99% ao mês) e ampliar o limite de empréstimo, que poderá chegar a 40% do salário do trabalhador – ante os 35% vigentes. O objetivo é aliviar o endividamento das famílias e injetar liquidez no mercado, em linha com a meta do governo de expandir o crédito como motor econômico.
Dados do Banco Central revelam que o crédito consignado já movimentou R$ 87 bilhões no último trimestre de 2023, com alta de 15% em relação ao ano anterior. A expectativa é que a nova medida beneficie cerca de 40 milhões de trabalhadores CLT, categoria que representa 34% da força de trabalho brasileira, segundo o IBGE.
Contexto político e críticas:
A iniciativa ocorre após seguidas críticas de setores empresariais e da oposição sobre a eficácia das políticas econômicas do governo. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil alertam, porém, para riscos de superendividamento. “A flexibilização precisa vir acompanhada de educação financeira, sobretudo para quem ganha até dois salários mínimos”, afirma Maria Fernanda, economista da FGV.
Do outro lado, líderes sindicais comemoram: “É um alívio para quem está com o nome sujo e não consegue crédito”, declarou o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
Próximos passos:
O anúncio oficial ocorrerá em evento no Palácio do Planalto, com a presença de ministros e representantes de bancos públicos. A adesão das instituições privadas, no entanto, ainda depende de negociações. Enquanto isso, a Caixa Econômica Federal já sinalizou que operará a modalidade com juros subsidiados para salários de até R$ 5 mil.
Se aprovado, o modelo poderá redefinir o acesso ao crédito no Brasil, mas seu sucesso dependerá do equilíbrio entre estímulo econômico e responsabilidade fiscal – um desafio que Lula carregará nos próximos meses.
Fontes consultadas: Datafolha, Banco Central, IBGE, Agência Brasil e declarações oficiais.