Curitiba, PR – Uma mulher de 38 anos foi presa nesta semana suspeita de aplicar golpes em pelo menos cinco pizzarias de Curitiba, com um esquema que incluiu o próprio filho adolescente e endereços falsos. O caso ganhou destaque após investigações da Polícia Civil, que revelaram que um dos estabelecimentos foi enganado 43 vezes, acumulando prejuízos de R$ 7 mil.
Como funcionava o golpe:
De acordo com as autoridades, a mulher realizava pedidos por telefone ou aplicativos de delivery, usando nomes falsos e três endereços diferentes na região do Bacacheri e Santa Quitéria. Para evitar ser identificada, ela enviava o filho, de 16 anos, para receber as entregas. Os pagamentos eram feitos via PIX ou cartão, mas os valores nunca eram compensados – as transações eram canceladas ou realizadas com dados fraudulentos.
Investigação e prisão:
A fraude foi descoberta após denúncias de estabelecimentos que notaram um padrão: os pedidos sempre eram retirados por um adolescente e os comprovantes de pagamento não passavam na validação bancária. A polícia rastreou os números de telefone e os endereços usados, além de analisar imagens de câmeras de segurança que mostravam o jovem recebendo as pizzas. A mulher foi localizada e presa em flagrante por estelionato. O adolescente foi encaminhado ao Conselho Tutelar.
Contexto ampliado:
Segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes do Paraná (Sindhobar), golpes contra delivery têm crescido 30% no estado desde 2022, com criminosos se aproveitando de brechas em sistemas de pagamento instantâneo. Em Curitiba, apenas neste ano, 12 casos similares foram registrados. Especialistas em segurança digital alertam para a importância de confirmar transações antes da entrega.
Repercussão:
Um dos donos de pizzaria afetados, que preferiu não se identificar, relatou à reportagem: “Ela pedia combos caros, dizia que era para festas. Perdemos R$ 1.200 só em um fim de semana. Agora exigimos confirmação do banco antes de qualquer entrega.”
Próximos passos:
A mulher responderá por estelionato e uso de documento falso. A polícia investiga se há mais envolvidos no esquema. Enquanto isso, o Sindhobar orienta estabelecimentos a adotarem sistemas de verificação em tempo real e evitarem entregas sem confirmação efetiva do pagamento.
Dica de prevenção:
- Confirmar a compensação do PIX diretamente no extrato bancário;
- Evitar entregas para endereços repetidos com pagamentos suspeitos;
- Utilizar plataformas com garantia de pagamento integrado.
A caso expõe vulnerabilidades no setor de delivery, que movimenta R$ 15 bilhões anualmente no Brasil, segundo a Abrasel, e reforça a necessidade de atenção redobrada em transações digitais.