Curitiba (PR) – Uma publicação bem-humorada da Prefeitura de Curitiba nas redes sociais agitou a internet na semana passada ao abordar um tema que tem gerado discussões: o direito a assento preferencial por parte de pessoas que carregam bebês reborn. As bonecas hiper-realistas, que simulam com grande precisão bebês de verdade, têm se tornado cada vez mais populares, levantando questionamentos sobre seus “direitos” em espaços públicos.
A postagem, compartilhada nos perfis oficiais da prefeitura no Instagram e X (antigo Twitter), trazia a legenda: “Prefs Alerta: mães de bebê reborn não têm direito a banco preferencial”. A mensagem, acompanhada de uma foto de um assento amarelo destinado a grupos prioritários, prosseguia: “A gente entende o apego, mas os bancos preferenciais são para públicos prioritários.”
A brincadeira da prefeitura ocorre em um contexto de crescente visibilidade das bonecas reborn e de seus “tutores”. Embora não haja informações específicas sobre incidentes em Curitiba que motivaram a postagem, casos envolvendo bebês reborn em outros locais do país já ganharam notoriedade. Em maio, por exemplo, uma jovem de 17 anos viralizou ao levar sua boneca reborn a um hospital.
A medida adotada pela capital paranaense segue o entendimento de que, apesar da semelhança com bebês reais e do forte laço afetivo que seus proprietários podem desenvolver, as bonecas reborn não se enquadram nos critérios de prioridade estabelecidos para o uso de assentos preferenciais no transporte público. A legislação geralmente reserva esses espaços para idosos, gestantes, pessoas com deficiência, pessoas com crianças de colo e obesos.
A publicação da prefeitura gerou diversas reações online, desde comentários bem-humorados até algumas manifestações de descontentamento. Alguns internautas ironizaram a situação, enquanto outros concordaram com a posição do município, ressaltando que os assentos preferenciais devem ser destinados a quem realmente necessita. “O povo não levanta nem para mãe com bebê de verdade, imagina para bebê de borracha”, comentou um usuário em uma das publicações.
A discussão levanta um debate interessante sobre os limites da representação e do afeto em espaços públicos. Enquanto para alguns, a boneca reborn é apenas um objeto de coleção ou um hobby, para outros, ela representa uma companhia e um elo emocional significativo. No entanto, do ponto de vista legal e administrativo, a distinção entre um bebê real e uma boneca é clara, especialmente quando se trata da aplicação de direitos e prioridades em serviços públicos.
A Prefeitura de Curitiba, ao se manifestar sobre o assunto de forma leve e direta, buscou esclarecer a questão e evitar possíveis confusões no uso do transporte coletivo, garantindo que os assentos preferenciais sejam utilizados por quem realmente necessita, conforme a legislação vigente.
Mães de bebê Reborn “não têm prioridade” em ônibus de Curitiba, alerta prefeitura em postagem que viraliza
