María Corina Machado denuncia golpe de Estado de Maduro e reafirma compromisso com a democracia venezuelana

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, publicou um vídeo nas redes sociais nesta sexta-feira (10) denunciando a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo como um golpe de Estado. Ela afirmou que o regime de Maduro violou a Constituição Nacional e atacou uma mulher pelas costas, referindo-se à sua própria detenção violenta durante protestos recentes. Machado também destacou que o regime reprimiu e prendeu mais de 20 pessoas após manifestações contra a posse de Maduro. Ela reafirmou que o presidente eleito, Edmundo González, assumirá a presidência da Venezuela no momento adequado, quando as condições forem favoráveis, e enfatizou que a integridade dele é fundamental para a derrota final do regime. Machado concluiu dizendo que a transição para a democracia está próxima e que Maduro não poderá governar uma Venezuela que já decidiu ser livre.

A posse de Maduro ocorreu em meio a protestos internos e críticas internacionais que alegam a ilegitimidade de sua vitória eleitoral do ano passado. A cerimônia foi realizada no palácio legislativo da Venezuela, fortemente vigiado por forças de segurança leais a Maduro. Enquanto isso, a oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, continuou as manifestações contra o que consideram um fraude eleitoral. Machado foi brevemente detida pelas forças de segurança, o que exacerbou as tensões. A comunidade internacional, incluindo Estados Unidos, Canadá e União Europeia, condenou a reeleição de Maduro e anunciou novas sanções contra funcionários venezuelanos. Organizações internacionais de observação eleitoral, como a ONU e o Centro Carter, validaram as acusações de fraude eleitoral que indicam que o verdadeiro vencedor foi Edmundo González. Diante do isolamento crescente de Maduro, a administração Biden estendeu o permissão especial para migrantes venezuelanos nos Estados Unidos e aumentou as recompensas por informações que levem à captura de altos funcionários venezuelanos acusados de narcotráfico. A situação na Venezuela continua a gerar grande preocupação internacional.

María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição com mais de 90% dos votos, foi impedida de disputar a presidência por decisão da Justiça, alinhada ao chavismo. Ela apoiou Edmundo González, que afirma ter vencido as eleições com 67% dos votos e divulgou as cópias dos registros de votação que corroboram sua versão. Apesar dos esforços da oposição, o chavismo proclamou a vitória de Nicolás Maduro, sem nunca apresentar os dados da votação. O ditador tomou posse nesta sexta-feira, 10, para o terceiro mandato consecutivo, garantindo mais seis anos no Palácio de Miraflores. Com isso, pode chegar a 18 anos no poder, se perpetuando por mais tempo que o seu padrinho político Hugo Chávez.

A cerimônia de posse foi esvaziada, com poucos chefes de Estado, destacando-se os ditadores de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega. Brasil, Colômbia e México — países governados pela esquerda que lideraram os esforços frustrados de promover o diálogo entre o chavismo e a oposição — enviaram apenas embaixadores. Em discurso no Parlamento, Maduro ironizou Edmundo González, que prometeu ir à Venezuela para tomar posse. González, que estava exilado na Espanha, saiu em busca de apoio internacional num tour por Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana. Apesar da ameaça de prisão, ele disse que iria para Venezuela nesta sexta. O regime afirma que ele será detido se colocar os pés no país.

O ditador intensificou a repressão antes da posse, com 42 prisões políticas registradas apenas nos últimos dias, de acordo com levantamento da ONG Foro Penal, que defende os direitos humanos na Venezuela. Para o terceiro mandato, Maduro promete uma reforma constitucional que, nas suas palavras, deve definir modelos de desenvolvimento e “democratizar” a Venezuela, mas, segundo especialistas, mina as liberdades. A proposta deve ser debatida na Assembleia Nacional, controlada pelo chavismo, e precisa ser aprovada em referendo popular.

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