Marinha usou emenda de Flávio Bolsonaro para pagar empresa alvo da PF

Uma investigação revelou que uma emenda parlamentar destinada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi utilizada pela Marinha para custear contratos com a empresa Transuniversal. A companhia está sob os holofotes da Polícia Federal após seu proprietário, identificado como Alcemar Oliveira Filho, ser flagrado retirando R$ 345 mil em espécie dentro de uma instalação da Marinha, em 2022.

A verba parlamentar, no valor de R$ 3,7 milhões, destinava-se a projetos vinculados à Marinha e foi parcialmente empregada em contratos com a Transuniversal. A empresa, que presta serviços de fornecimento de materiais de informática e manutenção de sistemas, está sob suspeita por possíveis irregularidades em suas operações financeiras.

O caso chamou atenção após a Polícia Federal abrir um inquérito para investigar possíveis desvios e lavagem de dinheiro envolvendo a Transuniversal. Segundo fontes ligadas à investigação, o saque realizado pelo dono da empresa dentro de uma unidade militar pode indicar práticas ilícitas relacionadas à destinação de verbas públicas.

O Contexto Político

Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem se destacado no Senado por sua proximidade com as Forças Armadas, o que inclui a destinação de emendas parlamentares para projetos relacionados ao setor militar. A ligação do nome do senador a uma empresa investigada gera questionamentos sobre o controle e a fiscalização do uso dessas verbas.

A equipe de Flávio Bolsonaro afirmou, em nota, que as emendas são destinadas “de forma transparente e técnica, sem qualquer envolvimento com a execução dos contratos firmados pelas instituições beneficiadas”. A Marinha, por sua vez, declarou que está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal.

Impacto e Repercussões

Especialistas apontam que o caso pode aumentar a pressão sobre o uso das emendas parlamentares, em especial o chamado “orçamento secreto”, que nos últimos anos se tornou alvo de críticas devido à dificuldade de rastrear a aplicação dos recursos.

A investigação ainda está em andamento, e mais informações devem surgir à medida que a Polícia Federal avança na análise dos contratos e movimentações financeiras da Transuniversal.

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